Luís Filipe Vieira não viu a eventual candidatura de José Eduardo Moniz como uma ameaça.
Corpo do artigo
O líder da SAD reconheceu ontem, num entrevista à SIC, que a discussão de ideias seria "bastante salutar" e que o Benfica ganharia com a existência de outra proposta. "Espero, inclusive, que (Eduardo Moniz) não guarde essas ideias durante três anos. Saberá sempre onde é o meu gabinete", referiu.
Todavia, no meio do elogio eleitoral, o dirigente lançou farpas, nomeadamente sobre a verdadeira condição clubística do associado. "É verdade que me enviou uma mensagem curiosa. Mas já que a divulgou, eu, que tenho defendido o interesse do Benfica, recordo-me que em Abril de 2003, numa conversa a dois, disse-lhe que era mau como benfiquista não pagar quotas há 31 anos. Lembro-me de ter dito que era um bom gestor da quotização do clube. Trinta e um anos sem pagar quotas diz alguma coisa de se ser benfiquista", referiu.
Por outro lado, o presidente das águias não entende o facto do homem forte da estação de Queluz justificar a desistência com o alegado desconhecimento da situação financeira do clube.
"Não deve estar atento. As contas são consolidadas e auditadas pela KPMG. E, se tiver um pouco de trabalho, irá ver que a situação do Benfica é muito melhor que a do grupo detentor da TVI", destacou.
Apesar da censura, mostrou-se solidário com as ameaças que o jornalista terá recebido. "Se for verdade é lamentável e estou solidário. Quem me conhece sabe que sei o que é sofrer. É publico que tive que mudar de casa duas vezes. E, se calhar, terei de o fazer a terceira vez", sublinhou.
Luís Filipe Vieira reiterou que a antecipação eleitoral foi motivada pelo início da campanha fora de tempo. "Começou em Fevereiro e seria intolerável aceitar a situação até Outubro", disse. O líder da SAD não mostrou preocupação com os possíveis efeitos de uma providência cautelar interposta por um associado, pois considera ter cumprido os estatutos.
Noutro âmbito, admitiu ainda não compreender a desistência do movimento "Benfica, vencer, vencer". "Há cerca de cinco meses que faz a campanha. E como esta casa é governada, creio que seria fácil ter um projecto, candidato e ir a eleições", salientou.