A CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, foi avisada, em janeiro do ano passado, através de um email, para os problemas políticos e financeiros da proposta milionária de indemnização a Alexandra Reis.
Corpo do artigo
As preocupações com a proposta inicial de 1, 4 milhões de euros de Alexandra Reis foram levantadas pelo advogado César Sá Esteves, sócio da SRS, a sociedade de advogados da TAP, que, entretanto, foi demitida, noticia o "Jornal de Negócios".
A missiva foi enviada à meia-noite do dia 28 de janeiro de 2022. O documento está anexado às conclusões do relatório da Inspeção-geral de Finanças (IGF), que motivou a decisão do Governo de afastar Christine Ourmières-Widener da liderança da companhia aérea.
Dando conta de que a proposta enviada por Alexandra Reis tem condições "inaceitáveis", o advogado César Sá Esteves, expôs três possíveis caminhos para resolver o diferendo: apresentar uma contraposta, com outros cálculos; pedir à ex-gestora da TAP que revisse os termos em causa; ou recusar a proposta por completo com vista a uma rescisão amigável.
Em sua defesa e, em resposta às questões colocadas pela IGF, Christine Ourmières-Widener alegara ter desconhecimento sobre a matéria, referindo que não tinha sido alertada "para qualquer risco específico que a mesma pudesse acarretar".
No relatório da IGF, não consta resposta da CEO da TAP ao email enviado por César Sá Esteves, mas a sociedade de advogados voltou a escrever-lhe dias depois, a dar conta de uma nova proposta de Alexandra Reis, cujo valor de indemnização seriam os 500 mil euros que deram origem a todo um processo jurídico e político, que envolveu, inclusive, a demissão de Pedro Nuno Santos, ex-ministro das Infraestruturas.