O presidente da Estradas de Portugal, Almerindo Marques, garantiu a inexistência de problemas em relação aos pagamentos planeados.<br />
Corpo do artigo
"O valor do défice não preocupa a Estradas de Portugal (EP). É um défice normal atendendo à dimensão e à fase de desenvolvimento do projecto da EP", afirmou Almerindo Marques, em declarações aos jornalistas na sede da empresa.
O presidente do Conselho de Administração explicou que a carta enviada à tutela é de "mera rotina" e que a mesma é enviada "periodicamente" aos accionistas e àqueles dois ministérios, que tutelam a empresa.
"A situação financeira da empresa descrita na carta é coincidente com outras descrições similares. A empresa está numa fase de investimento grande e como é normal, em qualquer empresa pública ou privada, não tem condições de auto-financiamento, e, por conseguinte, vai recorrer ao crédito", sublinhou o responsável.
Almerindo Marques adiantou ainda que a EP está actualmente numa "discussão jurídica" com o Ministério das Finanças tendo em vista a devolução de cerca de 220 milhões de euros de IVA.
"Se nos for devolvido o valor já pago é evidente que não tínhamos défice e reajustávamos os volumes de crédito", explicou.
No entanto, prosseguiu, se isso não acontecer até Setembro, já estão aprovados por bancos dois créditos no valor de 75 milhões de euros.
"Não temos nenhum problema em relação aos pagamentos que já estão planeados", assegurou o responsável.
Questionado se considera inocente a divulgação daquela carta numa altura em que PS e PSD estão a negociar a introdução de portagens nas SCUT, Almerindo Marques responde: "Naturalmente que não".
O PSD anunciou que vai requerer, segunda-feira, a presença do presidente da Estradas de Portugal no Parlamento para falar da situação financeira da empresa.
Almerindo Marques manifestou-se disponível para explicar "coisas tão elementares e tão simples", rejeitando a ideia da existência de um buraco financeiro na empresa.
"Buraco financeiro revela bandalheira e na empresa onde eu estiver não há bandalheira", referiu.