Subir a escada hierárquica não é uma prioridade para quem recusa cargos de chefia ou chegar ao topo do topo. O estatuto profissional e o prestígio social são encarados de outra forma, sobretudo pelas gerações mais jovens.
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O termo surgiu nos Estados Unidos. “Quiet ambition”, ambição silenciosa em português, é usado para mostrar ao Mundo que há profissionais que rejeitam cargos de liderança e que a escalada hierárquica não é um objetivo de vida. O que era consensual há uns anos, deixou de o ser, sobretudo pela perspetiva das gerações mais novas, abaixo dos 30 anos de idade. Há motivos e explicações para esta tendência que obrigará, mais tarde ou mais cedo, as empresas a olhar para dentro e a repensar os seus modelos. Ambição, sucesso, prestígio e estatuto perderam o peso de antigamente? Ou os significados mudaram?
Tânia Gaspar, psicóloga clínica, coordenadora do Laboratório de Ambientes de Trabalho Saudáveis, recorda questionários feitos a quem trabalha e que analisam perceções sobre clima das empresas, relação com lideranças, recursos psicossociais e atenção dada à saúde mental por parte das organizações. Um dos aspetos que salta à vista é que há jovens que não colocam o trabalho no topo do topo do que mais valorizam e que não vestem tanto a camisola do emprego como os mais velhos. “Verifica-se que a geração mais nova tem uma atitude diferente em relação ao trabalho, não quer dizer que não o façam bem, não é isso. O que acontece é que o papel do trabalho não é tão fundamental nas suas vidas como nas gerações anteriores”, observa. Atitudes que se manifestam no querer ou não subir na carreira.