O Banco Central Europeu deverá, esta quinta-feira, reduzir as suas taxas de juro para níveis historicamente baixos numa tentativa de estimular a economia da zona euro, preveem a maioria dos analistas.
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Num painel de 62 especialistas consultados pela agência financeira Bloomberg, 46 esperam que o banco de Frankfurt anuncie hoje um corte de 25 pontos base à taxa de refinanciamento. Outros 11 aguardam que a taxa seja cortada em 0,5 pontos percentuais.
A taxa diretora (o juro cobrado pelos bancos em operações interbancárias) está atualmente em 1% - o nível mais baixo na história do BCE.
A instituição presidida por Mario Draghi deverá ainda reduzir a taxa de depósito (taxa paga pelos depósitos dos bancos comerciais no banco central), que está atualmente nos 0,25%, para zero.
"É uma medida audaciosa que vai levar o BCE para território desconhecido. Com o desemprego a subir e poucos sinais de retoma, precisamos de remédios monetários", disse à Bloomberg Julian Callow, economista do banco Barclays Capital. "Mas sejamos honestos, um corte nas taxas não vai acabar a recessão por si só."
Nos últimos meses, a expetativa dos mercados relativamente ao BCE tem-se centrado em operações de cedência de liquidez, como as realizadas no final do ano passado e em fevereiro, que movimentaram um bilião (um milhão de milhões) de euros. O objetivo destas operações era resolver os problemas de liquidez da banca europeia e acalmar os mercados financeiros.
A redução da taxa de depósito para zero será uma forma de estimular os bancos a não 'estacionar' o seu dinheiro no BCE, reavivando a concessão de crédito à economia. No caso da taxa diretora, o instrumento mais tradicional da política monetária, uma redução já foi incorporada pelos mercados - as taxas Euribor estão em queda há vários meses.
O conselho de governadores do BCE deverá anunciar as suas decisões de política monetária às 12:45, seguindo-se uma conferência de imprensa às 13:30 (hora de Lisboa).