Feitos 1348 pedidos de comparticipação desde março para um limite de 1300 incentivos a conceder. Ministério do Ambiente diz que "procedimento ainda não está encerrado".
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O apoio dado pelo Governo para a compra de carros elétricos esgotou em três meses. De acordo com os dados em tempo real do Fundo Ambiental, as candidaturas já superam o limite de incentivos a atribuir pela tutela. Desde março, deram entrada 1348 pedidos para um limite de 1300 apoios. Também as candidaturas destinadas a comparticipar a aquisição de trotinetas, skates, hoverboards, patins, monowheel, triciclos e quadriciclos ligeiros já ultrapassaram as 1050 permitidas.
Questionado pelo JN sobre um possível reforço das verbas, o Ministério do Ambiente afirmou que "ainda decorre a avaliação de candidaturas do apoio de 10 milhões de euros para aquisição de veículos elétricos e de mobilidade suave, pelo que o procedimento relativo aos incentivos ainda não está encerrado".
O despacho que aprova o regulamento e os incentivos para a "Introdução no Consumo de Veículos de Emissões Nulas" entrou em vigor no final de março. No total, para 2022, o programa do Governo reserva mais do dobro do montante inscrito em 2021 (nesse ano, foi de 4,5 milhões) para fomentar a aquisição de veículos amigos do ambiente, que incluem automóveis elétricos, bicicletas elétricas e convencionais e motociclos. Tudo somado, são 10 milhões de euros, sendo que mais de metade da verba se destina a financiar a compra de carros elétricos apenas por particulares (5,2 milhões de euros).
Este ano, foram disponibilizados 1300 cheques no valor de quatro mil euros por beneficiário para descontar na compra de veículos elétricos. Todos já foram pedidos. Até ontem, o Fundo Ambiental registava 1348 candidaturas, sendo que 255 estão aprovadas, 1053 estão em análise e cinco foram excluídas. Feitas as contas, caso todos os candidatos em análise sejam aprovados, 43 poderão não receber o apoio.
Verbas "insuficientes"
Hélder Pedro, secretário-geral da Associação Automóvel de Portugal, defende um reforço da ajuda que "acompanhe as vendas de carros elétricos". Até porque, em Portugal, está a aumentar a procura por estes veículos. Já "representam 10% das vendas do mercado".
"O Governo, este ano, aumentou de três para quatro mil euros [a comparticipação por carro elétrico] e de 700 para 1300 [apoios]. Só que isso, para o mercado, neste momento, continua a ser insuficiente. Devia ser um número que abrangesse mais unidades", referiu.
No âmbito dos incentivos para a compra de veículos de mobilidade suave, há outra categoria com as candidaturas já esgotadas: a que se destina à comparticipação de trotinetas, skates, hoverboards, patins, monowheel, triciclos e quadriciclos ligeiros. Para esta categoria, o Governo concedeu 525 mil euros para um total de 1050 apoios. No entanto, há já 1692 candidatos (638 candidaturas a mais).
Quanto ao apoio para a compra de bicicletas elétricas, já foram apresentadas candidaturas para mais de metade dos apoios a conceder. Até ao momento, foram ainda feitas seis candidaturas para a compra e instalação de postos de carregamento nas garagens dos condomínios. Segundo o portal do Fundo Ambiental, ontem, encontravam-se todas ainda por validar.
Retroativos
Os apoios têm efeitos retroativos a janeiro. Ou seja, quem tiver adquirido um automóvel ou uma bicicleta elétrica já este ano e tenha guardado a fatura poderá apresentá-la ao Fundo Ambiental. A regra aplica-se também ao apoio para a instalação de carregadores elétricos nos prédios.
Carregadores
Este ano, o Governo lançou um projeto-piloto para financiar a compra e instalação de carregadores elétricos nos prédios. O apoio a conceder é de 80% por lugar de estacionamento, num máximo de 800 euros por lugar.