O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, fez um balanço positivo da paralisação em curso por todo o país e que, considerou, "constitui já uma grande greve geral".
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"Estamos perante uma grande greve geral e saudamos particularmente todos os trabalhadores e trabalhadoras, nomeadamente os jovens", disse Arménio Carlos, em conferência de imprensa na sede da central sindical, em Lisboa.
Este é ainda o primeiro balanço apresentado pela Intersindical, que se regozija com os números conhecidos durante a manhã, mas que são ainda provisórios, uma vez que muitas pessoas trabalham por turnos e, durante a tarde, muito deles poderão fazer greve, segundo Arménio Carlos.
O sindicalista destacou que "esta greve geral é muito especial, que levou a que muitos jovens fizessem greve pela primeira vez, num quadro de uma precariedade enormíssima, e onde campeia o medo e a intimidação em muitos locais de trabalho".
Aproveitou também o primeiro balanço deste dia de luta para manifestar a solidariedade da central para com "muitos trabalhadores que, querendo fazer greve, não o puderam fazer, ou por razões que se prendem com o seu vínculo de trabalho, ou por razões de intimidação nas suas empresas ou até por razões que se relacionam com dificuldades financeiras".
Apelou ainda a todos os que trabalham por turnos e cuja jornada tem início esta tarde, para que se juntem aos trabalhadores em greve e se manifestem, "não participando no dia de trabalho normal".
"Entendemos que os objetivos da greve nunca foram tão importantes como são neste momento", em particular, devido à "desregulamentação da legislação laboral em Portugal que, a concretizar-se, vai promover o retrocesso social e civilizacional, bem como situações de tratamento inadmissíveis nas relações de trabalho", afirmou Arménio Carlos.
De acordo com os dados avançados pela CGTP até ao momento, ao nível das recolhas do lixo, houve adesão total nas câmaras municipais de Loures, da Amadora e de Vila Franca de Xira, enquanto que em Sintra os números variam entre 80% a 100% e no Sobral de Monte Agraço são de 97%.
De acordo com a CGTP, seis escolas fecharam e registou-se 100% de adesão nos auxiliares dos hospitais D. Estefânia, S. José e de S. Francisco Xavier. No Hospital de Santa Maria e no Centro de Orientação de Doentes Urgentes do INEM os números são de 90% e 80%, respetivamente.
Nos transportes todos os trabalhadores dos portos de Lisboa, da Transtejo e da Soflusa aderiram, segundo a CGTP, e no Metro o valor é de 99,9%; na manutenção da TAP é de 65% e na Carris 50%.