Vários líderes políticos e antigos presidentes da Grécia já votaram, este domingo. Conheça as principais declarações.
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O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, afirmou que o povo enviará este domingo, através do referendo que se realiza na Grécia, a importante mensagem de que têm "nas mãos as rédeas do seu destino". "Muitos podem ignorar a vontade do Governo. A vontade do povo não", disse Tsipras, depois de ter votado no bairro popular de Atenas de Kipseli.
O primeiro-ministro reforçou que "hoje a democracia vence o medo" e "a determinação vence a propaganda do medo". Numa mesa de voto repleta de câmaras e entre aplausos de cidadãos, Tsipras lançou também uma mensagem europeísta para reforçar que a escolha deste domingo é "uma mensagem de determinação, não só para ficar, mas para viver com dignidade na Europa".
"Estou muito otimista", disse Tsipras, sobre o resultado do referendo em que os gregos vão decidir se aceitam o programa apresentado pelos credores internacionais.
Já Yannis Varoufakis, ministro das Finanças, transmitiu uma mensagem europeísta ao afirmar que o referendo pode demonstrar que "a moeda única e a democracia são compatíveis entre si".
"Durante cinco anos os fracassos incríveis do Eurogrupo conduziram a ultimatos sem qualquer sentido acerca dos quais o povo não podia pronunciar-se. Hoje, o povo pronuncia-se sobre o último ultimato do Eurogrupo e seus associados", disse Yanis Varoufakis, depois de votar, em Atenas.
O ministro, que foi votar na companhia do seu pai, classificou a tarefa dos gregos como "um momento sagrado, um momento de esperança para a Europa", no qual se demonstra que "a moeda única e a democracia podem coexistir".
O presidente da Grécia, Prokopis Pavlópulos, pediu, por sua vez, aos cidadãos para permanecerem "unidos" no "difícil caminho" que se avizinha, independentemente da opção que for escolhida no referendo.
Vários antigos primeiros-ministros, todos partidários do 'sim', também votaram. Pouco depois da abertura das urnas, o ex-chefe do Governo social-democrata, Yorgos Papandreu, foi dos primeiros. Papandreu sublinhou a necessidade da Grécia permanecer "no coração" da Europa, acrescentando que o país precisa de profundas alterações que requerem o apoio dos parceiros internacionais e que só depois destas serem concretizadas a Grécia "poderá dizer 'não' aos resgates e poderá ser independente".
O ex-primeiro-ministro conservador Kostas Karamanlis também esteve entre os primeiros a votar, mas não quis fazer declarações ao sair, assim como o conservador e antigo chefe de Governo até janeiro, Andonis Samarás, que votou no círculo da localidade de Pilos, no sul do Peloponeso.
Este domingo, são chamados cerca de dez milhões de gregos a decidir sobre o futuro do país e, provavelmente, a permanência na zona euro.
As mais de 19 mil assembleias de voto abriram às 7 horas (5 horas em Portugal continental) e fecham às 19 horas (1), antecipando-se uma longa noite para os líderes europeus e para os principais atores financeiros.
O referendo, o primeiro desde 1974, serve para os gregos decidirem se aceitam o programa apresentado pelos credores internacionais (Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu) há mais de uma semana.
Contudo, esse programa já não existe, dado que Atenas falhou o pagamento de 1,55 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) a meio da semana passada.
É exigida uma participação de pelo menos 40% do eleitorado para que o resultado do referendo seja considerado válido.
Os primeiros resultados devem ser conhecidos a partir das 19:00 (hora em Lisboa).
O Governo grego surpreendeu toda a gente ao final do dia 26 de junho, ao anunciar um referendo durante as negociações, e ficou assim arredado de receber, pelo menos para já, cerca de 12 mil milhões de euros que estavam a ser negociados com os parceiros europeus até novembro, e mais de 3,5 mil milhões de euros vindos do FMI.