Atenas trava esta semana "a batalha das batalhas"

No Parlamento, no centro de Atenas, cercado no exterior por uma manifestação de milhares de pessoas, o ministro invocou o carácter crucial dos prazos europeus para justificar um novo endurecimento das medidas de austeridade, ditadas desde 2010 pela 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia).

O Executivo do Partido Socialista Pan-Helénico (PASOK) prepara-se para aprovar na quinta-feira no Parlamento um novo conjunto de medidas que implicam o fim dos contratos colectivos, novo aumento de impostos, para além de um projecto-lei que prevê o desemprego parcial de 30 mil trabalhadores do sector público até ao final do ano e uma grelha única de salários na função pública.

A votação deste novo pacote "é o nosso bilhete para participar na negociação sobre a viabilidade da nossa dívida", referiu o titular da pasta das Finanças.

Na mesma intervenção, Venizelos considerou "fundamental que o país apareça esta semana em Bruxelas com uma força de negociação e de convicção, para exigir uma solução decisiva sobre a dívida (...) e todas as medidas necessárias para relançar a economia na Grécia".

"O que vive o país (...) é um esforço necessário e ansioso para evitar o pior (...) é absolutamente imperativo passar por isto" para salvar o país, reforçou o ministro das Finanças grega.

Venizelos reconheceu, na mesma intervenção parlamentar, que as novas medidas "transtornam os planos de vida" de muitos gregos.

No primeiro dia de uma greve geral de 48 horas, cerca de 125 mil pessoas manifestaram-se hoje em diversas cidades gregas, segundo as estimativas da polícia, para contestar as novas medidas de austeridade.

Em Atenas, a polícia avançou que 70 mil pessoas saíram para as ruas, enquanto os sindicatos referem cerca de 200 mil manifestantes.

O protesto na capital grega foi marcado por confrontos entre a polícia e grupos de jovens, segundo relataram as agências internacionais.