Os trabalhadores dos centros de atendimento telefónico da EDP em Lisboa, Odivelas e Seia começam esta segunda-feira uma greve parcial de dois dias para reivindicar aumentos salariais, segundo o Sindicato das Indústrias Elétricas.
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A greve afeta trabalhadores de duas empresas que prestam serviços à EDP, a Tempo Team (com dois centros de atendimento na Grande Lisboa) e a Reditus (um centro de atendimento em Seia). A greve decorre esta segunda e terça-feira, dividida por dois turnos de duas horas (entre as 10 e as 12 horas e entre as 17 e as 19 horas).
Em declarações à agência Lusa, Paulo Ribeiro, do Sindicato das Industrias Elétricas do Sul e das Ilhas (SIESI), explicou que os cerca de 800 trabalhadores dos centros de Lisboa e Odivelas já não têm aumentos salariais há sete anos.
"Os trabalhadores estavam a propor um aumento salarial de 30 euros. A contraproposta que receberam da empresa [Tempo Team] foi de um aumento de sete euros. Obviamente que os trabalhadores não aceitaram", disse o sindicalista.
A Lusa contactou a EDP, que remeteu quaisquer esclarecimentos para a Tempo Team. Esta empresa assumiu a gestão do centro de atendimento da EDP depois da falência do operador anterior, a CRH.
Uma fonte da Tempo Team confirmou que a greve decorre por razões salariais e que a empresa propôs aumentos entre um e 1,4%.
Paulo Ribeiro afirma que, durante o período da greve, os clientes da EDP "não vão ser atendidos" e que a empresa "vai ficar às escuras".
Entre os serviços afetados está a receção de chamadas por avarias.
"Aquilo que está em causa é um dizer basta a anos e anos a ganhar baixos salários. Estamos a falar de profissionais com bastantes competências, que prestam um serviço de primeira linha à EDP, mas que no final são tratados como trabalhadores de segunda", acrescentou Paulo Ribeiro.
"Estes trabalhadores são a voz da EDP, quando as pessoas ligam para a EDP é com eles que falam. Fazem serviços de primeira linha que são fundamentais e tratam-nos como trabalhadores de segunda", lamentou.
Já na semana passada estes trabalhadores tinham realizado uma greve semelhante. Segundo o SIESI, a taxa de adesão atingiu à volta dos 60 ou 70% na sede da Tempo Team e 80 a 85% no centro de Odivelas. Segundo a Tempo Team, a adesão à greve ficou entre os 50 e os 60%.
O SIESI não tinha números sobre a paralisação no centro de atendimento da EDP em Seia.