“É uma situação de emergência e a Europa pediu respostas rápidas”, justificou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, a propósito do anunciado aumento de impostos para conseguir reduzir o défice.
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O aumento de impostos “é absolutamente inevitável face à situação de emergência. A Europa pediu respostas rápidas”, declarou o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, hoje, quinta-feira, à entrada da homilia no Santuário de Fátima, presidida pelo Papa Bento XVI.
"O que se está a passar na Europa exige da parte dos Estados que têm situações de desequilíbrio macroeconómico e financeiro, como Portugal e outros, um ajustamento rápido", justificou.
Luís Amado acredita que "os portugueses percebem que são medidas de emergência que têm de ser adoptadas pelo Governo" e "contam, felizmente, com o apoio do maior partido da oposição que reconhece a gravidade da situação".
Para o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, "melhores tempos virão certamente, depois do esforço que vamos todos ter de fazer, de forma mais justa e mais distribuída, e o mais equitativa possível, de maneira a que rapidamente possamos restabelecer uma situação de normalidade económica e financeira".
A propósito da visita a Portugal do Papa Bento XVI, Luís Amado mostrou-se “muito satisfeito”, referindo que “a visita está a correr muito bem”.
Passos Coelho em S. Bento
O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, chegou às 09.36 horas a S.Bento para reunir com o primeiro-ministro, José Sócrates, e acertarem os termos do acordo sobre as novas medidas de resposta à crise financeira. A reunião durou cerca de hora e meia.
Sabe-se que o IVA vai aumentar 1% em todas as categorias, incluindo nos bens de primeira necessidade; será lançado um imposto extraordinário, 1% (para quem ganha mais do que o salário mínimo) e 1,5% (para os vencimentos acima do equivalente a cinco salários mínimos - 2375 euros mensais); outra taxa extraordinária, de 2,5%, incidirá sobre as maiores empresas e sobre a Banca.
As medidas de aumento da receita serão compensadas com o anúncio da redução em 5% dos ordenados dos titulares de todos os cargos políticos (autarcas, deputados, membros dos governos central e regionais), dos gestores das empresas públicas e dos dirigentes das entidades reguladores, como, por exemplo, o Banco de Portugal.
Este conjunto de decisões poderá representar uma poupança adicional de mais de dois mil milhões de euros (2 mil e 100 milhões), o que permitirá ao Governo apresentar em Bruxelas, na terça-feira, no Conselho de Ministros da Economia e das Finanças dos países da União Europeia, (ECOFIN), um corte de 1,3% no défice orçamental para este ano.