Família Pereira faz registo mensal de todas as despesas há dez anos. Alimentação consome maior fatia do orçamento.
Corpo do artigo
Há dez anos que a família Pereira, de Famalicão, faz o registo mensal de todas as despesas. "Ao longo dos anos, tudo subiu, mas, nos últimos meses, o aumento de preços é uma coisa nunca vista", conta o pai, empregado de escritório, que, tal como a restante família, não quer ser identificado. A mãe, operária têxtil, e o filho, estudante, garantem que, desta forma, conseguem "controlar as despesas e saber onde gastaram o dinheiro".
A ideia partiu do pai, que criou uma tabela no computador com as despesas de eletricidade, água, gás, telefone/internet, casa, roupa/calçado, alimentação e carro. Com salários baixos e diversas despesas fixas, a família sentiu necessidade de saber onde gastava cada cêntimo. E, há dez anos, tal como agora, de todos os itens, a alimentação é a que mais consome o orçamento.
Em 2022, o agregado gastou 634,28 euros por mês. "Fazemos uma alimentação normal, sem luxos, mas com fruta, carne e peixe". Em 2019, por exemplo, gastava 546,11 euros mensais. À despesa em alimentação, segue-se a da casa. Neste item, para além da prestação do empréstimo bancário, estão incluídas pequenas obras de manutenção e a compra de eletrodomésticos, entre outros bens. Este ano, a despesa mensal é de 378,99 euros. Em 2019, o valor foi de 370,84.
vestuário disparou
O carro, indispensável num local onde os transportes públicos não conseguem assegurar a deslocação para o emprego, representa, este ano, uma despesa de 122,56 euros em combustível e em manutenção. "Quando há alguma avaria, a média sobe logo", afirma o pai. Os custos com a roupa e calçado dispararam, não porque a família esteja a comprar mais, mas porque "está tudo muito mais caro". A família "não liga a marcas", embora pratique desporto e, "de vez em quando, compra calçado específico". Foi isso que aconteceu em 2019, quando gastaram 108,91 euros por mês. Em 2022, a média mensal é de 79,68 euros.
"Inicialmente, foi complicado fazer o registo, mas agora é fácil. Faço o registo mensal e, no fim do ano, calculo as despesas e divido por 12, ficando com a média mensal", explica o pai. "O objetivo não é saber quanto é que cada um gastou aqui ou ali, mas saber onde é que, em conjunto, gastámos o nosso dinheiro e onde é que podemos poupar mais".