<p>Um tribunal madrileno ordenou hoje, sexta-feira, embargar bens pelo valor de 417,4 milhões de euros aos antigos proprietários do grupo Marsans, Díaz Ferrán e Gonzalo Pascual, bem com aos novos donos da empresa para tapar o buraco patrimonial da empresa.</p>
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A decisão foi hoje divulgado pelo Tribunal Mercantil 12 de Madrid, num auto em que a juíza do processo aceita as medidas cautelares solicitadas pelos administradores judiciais da empresa.
Os administradores judiciais justificaram a medida pela possível condenação de Díaz Ferrán, Pascual e da sociedade Posibilitum por terem demorado demasiado tempo em iniciar o concurso de credores da Marsans o que agravou o elevado défice do grupo.
A juíza considera haver "indícios" para que se declare a culpabilidade dos antigos e novos sócios da Marsans, o que os obriga a pagar com os seus bens as dívidas aos credores.
"Resulta óbvio que a Viajes Marsans demorou a solicitar a sua declaração de concurso porque se encontrava numa situação de insolvência efectiva meses antes do concurso ser declarado", explica a juíza no seu auto.
A "evidente falta de liquidez" do grupo não permitia responder aos gastos estruturais da empresa, explica a juíza, que destaca ainda a "grave inexactidão dos dados disponibilizados" pelos administradores da Marsans e a sua "falta de colaboração" no processo.
O auto refere-se, por exemplo, a medidas graves de gestão como o pagamento de salários "desproporcionalmente elevados", de entre 150 e 500 mil euros brutos.
O valor total embargado dará para cobrir o passivo patrimonial da Marsans, que ascende a 429,4 milhões de euros.