Os bancos alemães anunciaram que adiarão o seu acordo à reestruturação da dívida grega e vão fazê-lo depender do resultado do referendo anunciado pelo primeiro-ministro George Papandreou, que deverá realizar-se em Dezembro.
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A aceitação voluntária por parte dos credores privados, mormente a banca, de um corte de 50% da dívida grega foi negociada entre os representantes dos bancos internacionais e os líderes da zona euro, a 27 de Outubro, em Bruxelas, mas poderá agora estar em causa, se os eleitores gregos rejeitarem no referendo o acordo com Bruxelas e com o FMI para obterem um novo empréstimo de 130 mil milhões de euros.
O presidente da Confederação dos Bancos Alemães, Michael Kemmer, anunciou, em Berlim, que o acordo ficará suspenso até se conhecer o desfecho da votação, embora prossigam os preparativos necessários para a respectiva implementação.
"A aplicação integral do pacote para atenuar a crise da zona euro antes do referendo na Grécia é irrealista, não devemos criar factos consumados, antes de o referendo estar concluído", disse o mesmo responsável.
Apesar disso, Michael Kemmer disse esperar um grande apoio dos bancos credores ao corte da dívida pública.
A exposição dos bancos alemães à dívida grega ronda os 17 mil milhões de euros, segundo cálculos de especialistas, mas um corte de 50% não deverá causar-lhes grandes problemas de solvabilidade, segundo as mesmas fontes.
Caso contrário, os bancos germânicos, tal como as outras instituições europeias expostas à dívida grega, terão a possibilidade de se refinanciar, como ficou também decidido na cimeira europeia da semana passada.
O ministro das finanças alemão, Wolfgang Schäuble, disse hoje em diferentes entrevistas à imprensa local, que o governo germânico continua a apoiar os acordos firmados entre Atenas, Bruxelas e o FMI, mas exigiu simultaneamente que a Grécia "esclareça rapidamente" o caminho que quer trilhar para sair da crise.