As instituições bancárias de Chipre limitaram, este domingo, a 100 euros o montante máximo para levantamento nas caixas automáticas, enquanto decorrem as conversações entre o Governo cipriota e a União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional sobre o desbloqueio do resgate a conceder àquele país.
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Até agora, apenas o segundo maior banco do país - o Laiki - tinha reduzido o montante máximo disponível a 260 euros.
O presidente de Chipre, Nicos Anastasiadis, está em Bruxelas em negociações com a "troika". Os encontros decorrem antes da reunião extraordinária do Eurogrupo, prevista para as 18 horas locais (17 horas em Portugal continental).
Um fracasso nas negociações poderá ter consequências graves para Chipre. O BCE não continuará a financiar o país a partir de segunda-feira caso não se chegue a um acordo em Bruxelas. Tal levaria o país à bancarrota e poderia significar a saída do euro.
A agência grega AMNA e outros meios de comunicação social cipriotas avançaram que o governo de Chipre acordou com a 'troika' impor uma taxa de 4% a 20% sobre os depósitos bancários superiores a 100 mil euros.
A taxa de 20%, segundo fonte próxima das negociações citada pela AMNA, recai sobre os depósitos acima de 100 mil euros no Cyprus Bank, o maior banco cipriota - para as restantes entidades financeiras, a taxa será de 4%.
Com a taxa do Cyprus Bank pretende-se evitar uma reestruturação semelhante à que está prevista para o segundo maior banco, o Laiki Bank, cujas operações viáveis.
O objetivo do chamado "plano B" é reunir os 5,8 mil milhões de euros a 7 mil milhões que exigem a "troika" e credores internacionais para a concessão de um plano de resgate de 10 mil milhões de euros.
O comissário europeu para os Assuntos Económicos e Monetários, Olli Rehn, afirmou que "só restam opções difíceis" a Chipre e que é "essencial" alcançar um acordo sobre o plano de resgate financeiro este domingo.
"Infelizmente, os acontecimentos dos últimos dias levaram a uma situação em que já não há soluções ótimas disponíveis. Hoje, só restam escolhas difíceis", afirma Rhen em comunicado divulgado este domingo.