BE acusa Governo de escolher submarinos em detrimento de investimentos na economia
O Bloco de Esquerda afirmou-se hoje, sexta-feira, nada surpreendido com a decisão do Governo de anular a construção do troço do comboio de alta velocidade Lisboa-Poceirão, lamentando que o executivo escolha os submarinos em detrimento do investimento na economia.
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Heitor de Sousa, deputado do Bloco de Esquerda, falava aos jornalistas na Assembleia da República, depois de o Governo ter formalizado a decisão de anular o concurso público internacional relativo à construção da linha do Transporte de Grande Velocidade (TGV) no troço Lisboa-Poceirão.
A decisão do Governo, que consta de um despacho hoje publicado em Diário da República, é justificada com a "significativa e progressiva degradação da conjuntura económica e financeira" de Portugal, situação decorrente da "grave e conhecida crise financeira mundial".
Na perspectiva de Heitor de Sousa, a publicação deste despacho "não surpreende o Bloco de Esquerda, porque confirma uma decisão que já tinha sido anunciada há quatro meses na Comissão Parlamentar de Obras Públicas".
"Estamos também perante a confirmação de que o Governo, relativamente ao investimento público e à dinamização da economia, prefere escolher o despesismo e o investimento inútil - como é o caso dos submarinos, que custarão 1100 milhões de euros -- do que o investimento na economia e no emprego", acusou Heitor de Sousa.
Segundo Heitor de Sousa, em matéria de opções na área das obras públicas, "o Bloco de Esquerda defende uma opção diferente".
"Este Governo não colocou em causa o programa de aquisição de submarinos, mas pôs em causa outros projectos que seriam úteis e dinamizadores do emprego e da actividade económica. O Governo fez uma escolha e nós não estamos de acordo com ela", frisou o cabeça de lista do Bloco de Esquerda pelo círculo de Leiria.