Belmiro de Azevedo reagiu ao desafio do primeiro-ministro para baixar os preços nos hipermercados Continente como consequência da descida da Taxa Social Única, dizendo que já pratica os preços mais agressivos do mercado.
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O patrão da Sonae respondia assim, à margem de uma conferência sobre competitividade e crescimento, depois de questionado sobre o desafio que Passos Coelho lhe lançou numa entrevista à RTP: "Já viu alguma loja com preços mais agressivos do que quando vai ao Modelo e ao Continente?".
Na passada quinta-feira, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, desafiou Belmiro de Azevedo a baixar os preços dos produtos que vende, numa entrevista à RTP, depois do empresário ter criticado os cortes impostos ao rendimento dos portugueses. "Se Belmiro de Azevedo tem medo de vender menos por causa dos cortes nos salários, que aproveite o facto de pagar menos taxa social única para baixar os preços ao consumidor", disse o primeiro-ministro.
Também o filho de Belmiro de Azevedo, o presidente executivo da Sonae, Paulo Azevedo, foi escasso em palavras para os jornalistas, limitando-se a dizer sobre as declarações do primeiro-ministro: "Foi um 'fait divers'".
Já enquanto orador do painel sobre competitividade e crescimento de Portugal, Paulo Azevedo afirmou que, com a eventual redução da TSU para as empresas, estas não poupam e "o consumo retrai".
"Não há poupança nenhuma, o que há é mais um rol de dificuldade. A ideia dessas medidas era dar às empresas exportadoras acrescidas condições de competitividade, ou seja, baixar os preços, criar emprego. Perguntar à Sonae se essa medida é boa ou má, obviamente que é, mas nunca ninguém disse que era boa", disse o responsável da Sonae.