Joe Berardo, o terceiro maior accionista do BCP, exige que os cinco ex-administradores do banco acusados pelo Ministério Público devolvam as reformas, que, afirma, chegam às "centenas de milhões de euros".
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"O que eu quero é que as reformas que [os cinco quadros de topo do BCP acusados] estão a receber, e que estão relacionadas com as aldrabices que andaram a fazer sejam devolvidas", afirmou Joe Berardo em declarações à Agência Lusa.
O Ministério Público acusou Jorge Jardim Gonçalves e Filipe Pinhal (ex-presidentes executivos), António Castro Henriques, Christopher de Beck e António Rodrigues por manipulação de mercado, falsificação de documentos e burla qualificada, em co-autoria.
"Todo o dinheiro tem que voltar para trás e são centenas de milhões de euros", salientou Joe Berardo, adiantando que vai agora consultar os seus advogados para decidir a melhor forma de conseguir o objectivo da recuperação das reformas.
"Importante é que os accionistas não continuem a pagar esta desgraça", sublinhou o empresário madeirense, que não se mostrou surpreendido com as perdas próximas de 600 milhões de euros do banco apuradas pelo Ministério Público, nem com o prejuízo de 24 milhões de euros resultante dos prémios recebidos pelos acusados, calculados em função de resultados "deliberadamente empolados".
Joe Berardo frisou que ficou "feliz" com o avanço do processo, recordando que quando se dirigiu à Procuradoria-Geral da República para fazer a denúncia sobre as irregularidades detectadas foi "com provas claras".
"Estou aqui para proteger o meu investimento e os 140 mil accionistas do banco", adiantou o presidente do Conselho de Remunerações e Previdência do BCP.
"Estava à espera que a decisão só saísse depois do Verão, mas felizmente veio mais rápido", disse Joe Berardo, acrescentando que "comparado com a América, o processo foi muito vagaroso, mas para a realidade portuguesa até foi rápido".