As bolsas europeias registaram uma nova quinta-feira negra, devido às dúvidas persistentes sobre a saúde da economia mundial e aos receios sobre a capacidade dos bancos se financiarem.
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"Foi, de facto, um dia calamitoso. O factor perigo aumenta", comentou Peter Cardillo, da Rockwell Global Capital.
A calma depois da tempestade da semana passada foi de curta duração. A lista de más notícias é extensa: as perspectivas da economia mundial revistas em baixa, as dúvidas sobre a capacidade de os bancos se refinanciarem e os indicadores económicos decepcionantes nos Estados Unidos.
Em pânico, as praças europeias mergulharam em terreno negativo, registando perdas significativas: Paris desvalorizou 5,48 por cento, Londres 4,49 por cento, Frankfurt 5,82 por cento, Madrid 4,7 por cento, Milão 6,15 por cento e Lisboa 4,12 por cento.
O medo alastrou à praça nova-iorquina, que abriu em queda e fechou com perdas de mais de três por cento, no caso do Dow Jones, e superiores a cinco por cento, no caso do Nasdaq.
As preocupações pesam sobre as perspectivas económicas mundiais, que já eram muitas antes da revisão em baixa dos números do crescimento da zona euro (0,2 por cento), e nos Estados Unidos (1,3 por cento) no segundo trimestre.
O banco Morgan Stanley reviu em queda a previsão do crescimento mundial de 2011 (de 4,2 para 3,9 por cento) e de 2012 (de 4,5 para 3,8 por cento).
As perspectivas de crescimento do banco são particularmente pessimistas para a zona euro, estimando-se um crescimento de 0,5 por cento (e não 1,2) para este ano e de 1,7 por cento (e não 2) no próximo ano.
Os receios sobre o sector bancário foram reforçados por um artigo do jornal Wall Street Journal, segundo o qual a Reserva Federal americana está preocupada com a capacidade de as filiais de bancos europeus nos Estados Unidos manterem um nível adequado de liquidez, caso as casas-mãe sejam obrigadas a repatriar drasticamente os capitais.
Além disso, o Banco Central Europeu disse ter acordado, pela primeira vez desde Fevereiro, um empréstimo de 500 milhões de dólares por sete dias, a um único banco, cuja identidade não foi identificada, o que reflecte a fraca saúde do sector financeiro na Europa.