Os clientes do Banco Privado Português receberam hoje, terça-feira, do presidente da instituição a garantir de que até Abril serão devolvidos os depósitos até 250 mil euros, disse a porta-voz dos clientes.
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Quatro clientes do Banco Privado Português (BPP) reuniram-se hoje com o presidente da instituição, Adão da Fonseca, enquanto cerca de 40 clientes se concentraram junto à sede do BPP, em Lisboa, exigindo uma solução da situação e a devolução dos depósitos, que há 15 meses não têm acesso.
No final da reunião, a porta-voz dos clientes, Ângela Soares, disse aos jornalistas que Adão da Fonseca pretende sair do banco até Abril "com o problema resolvido".
Segundo a porta-voz, o presidente do BPP garantiu que os clientes com depósitos até 250 mil euros vão poder receber o dinheiro na totalidade.
Os clientes com mais de 250 mil euros vão ter que "recorrer à justiça" porque, avançou Ângela Soares, vai ser "complicado pagar".
Sublinhou que "muitos clientes vão ver resolvido o problema", mas "há muitos outros" que têm mais do que 250 mil euros e têm "o direito de reaver o dinheiro", uma vez que "não foi roubado".
Ângela Soares disse também que transmitiu ao presidente do BPP algumas "histórias de vida tristes e complicados" de clientes, que já "não podem vir às manifestações porque têm problemas económicos".
A porta-voz lamentou casos como o de "pessoas que estão doentes e não têm dinheiro para comprar fraldas" até à história de "um homem de 83 anos que desde que surgiu o problema com o banco nunca mais saiu à rua e apenas a mulher vai, às vezes, à mercearia para comprar algumas coisas para comer porque ficaram com muito pouco dinheiro".
Durante a concentração junto à sede do banco, os clientes entoando palavras de ordem referiram: "Sócrates escuta não somos a Face Oculta", "Adão para a rua" e "Dinheiro na nossa mão responsáveis na prisão".
"Desesperados" e alguns a viver "situações dramáticas", os clientes do BPP reclamam os depósitos feitos no banco e acusam que "nada de visível foi feito até hoje para devolver o dinheiro" que entregaram.
Porque consideram que o Governo deve encontrar uma solução para a situação, os cerca de 40 clientes rumaram para a Assembleia da República para protestar contra o Governo.
"Achamos que o Governo tem culpa do que se está a passar e devia resolver a situação", disse.
No início do protesto, Ângela Soares tinha avançado à Lusa que não tinham autorização para realizar a manifestação até ao parlamento, mas a licença acabou por aparecer e marcharam em direcção à Assembleia da República escoltados pela polícia.