O porta-voz da Comissão Europeia pediu hoje, quarta-feira, às agências de rating para agirem "com responsabilidade e rigor", no dia seguinte à Standard & Poor's ter reduzido o rating de Portugal para A- e da Grécia para BB+.
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As agências de rating devem levar em linha de conta "os fundamentais da economia grega" e devem agir "com responsabilidade e rigor", disse o porta-voz da Comissão Europeia, numa comunicação aos jornalistas, em Bruxelas.
O pedido de Bruxelas vem juntar-se às críticas de que as agências de rating têm sido alvo, e que englobam instituições como o Bank of America, o Prémio Nobel Paul Krugman e vários responsáveis políticos e económicos.
O economista Paul Krugman, no seu blog, lembrou que 93 por cento dos instrumentos financeiros classificados como AAA em 2006 estão agora classificados como "junk".
Sobre Portugal, o economista escreveu hoje, quarta-feira, no blogue que "o desequilíbrio das contas públicas de Portugal não é, nem de perto, tão severo com o problema grego. Ainda assim, o país foi palco de uma bolha imobiliária e o mercado pensa agora que os bancos portugueses estão em sarilhos".
Também crítico das agências de rating é o deputado liberal alemão europeu Jorgo Chatzimarkakis, que advertiu contra a "sobrevalorização" das avaliações das agências de notação financeira, lembrando que estas "estavam completamente erradas" no caso da falência do banco Lehman Brothers, génese da recente crise económica e financeira.
"Acho impossível que, apesar disso, se confie mais nas avaliações das agências de rating do que na avaliação do Banco Central Europeu", disse o parlamentar alemão à emissora de rádio rbb, de Berlim.
Chatzimarkakis afirmou que as referidas agências "começaram agora a escolher Portugal como alvo", acrescentando que "é preciso impedir que os mecanismos autónomos dos mercados financeiros assumam voltem a ser dominantes e obriguem os políticos a gastar dinheiro dos contribuintes a propiciar ganhos aos bancos".