Os trabalhos da auditoria forense sobre o BES, feita a pedido do Banco de Portugal, estão avançados, mas não concluídos, revelou esta segunda-feira o governador, avançando que os relatórios da mesma vão ser enviados para o Ministério Público. Carlos Costa revelou ainda que a entidade já instaurou processos sancionatórios no âmbito das investigações em curso.
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"Os trabalhos da auditoria forense encontram-se numa fase avançada, mas ainda não estão concluídos", adiantou Carlos Costa, que está a ser ouvido na primeira sessão da comissão de inquérito parlamentar relativa à intervenção no Banco Espírito Santo (BES).
Carlos Costa explicou aos deputados que os trabalhos da auditora externa têm a complicação extra de chegar a "informação residente noutras empresas do Grupo BES", bem como a entidades que têm sede noutras jurisdições.
O objetivo da auditoria forense, lançada pelo BdP em julho, é "apurar e documentar indícios de eventuais práticas ilícitas graves levadas a cabo pelo grupo BES ou por membros dos seus órgãos sociais", sublinhou Carlos Costa.
Neste momento, "a entidade (auditora) está a terminar os relatórios de quatro das cinco linhas de ações".
Em resultado, vão ser apuradas "responsabilidades contraordenacionais", nomeadamente, ao nível das "responsabilidades individuais", vincou o governador.
Certo é que as conclusões da auditoria forense vão ser enviadas pelo BdP para o Ministério Público "para apurar eventuais responsabilidades do âmbito criminal", acrescentou.
Face às conclusões resultantes da auditoria forense, "é expectável que a muito curto prazo novos processos contraordenacionais se possam vir a instaurar, nomeadamente, devido ao incumprimento das recomendações do BdP", avançou Carlos Costa, acrescentando que "já existem arguidos" no âmbito dos processos sancionatórios em curso.
Esta segunda-feira, no Parlamento, o líder do supervisor revelou que a entidade já instaurou processos sancionatórios no âmbito das investigações em curso ao BES, sem revelar detalhes devido ao segredo de justiça.
A audição de Carlos Costa marca o arranque dos trabalhos da comissão de inquérito à gestão do BES e do GES.