A Carris, a STCP, e a CP terão serviços mínimos na greve geral, enquanto a Soflusa e a Transtejo não vão ter um número mínimo de transportes na quinta-feira, segundo os acórdãos publicados pelo Conselho Económico e Social.
Corpo do artigo
No caso da Soflusa e da Transtejo, empresas que asseguram a travessia fluvial do rio Tejo, o tribunal arbitral decidiu "não fixar serviços mínimos em matéria de transporte, por não ter sido demonstrada a existência de necessidades sociais impreteríveis".
No entanto, determinou a "prestação dos serviços adequados à segurança e à manutenção do equipamento e das instalações".
No caso da Carris, o tribunal arbitral determinou "o funcionamento em 50 por cento do seu regime normal das carreiras 12, 36, 703, 708, 735, 742, 751, 755, 758, 760, 767 e 790", bem como "o funcionamento do transporte exclusivo de deficientes", dos postos médicos e do carro do fio e desempanagens.
Para a Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), o tribunal arbitral também determinou "o funcionamento em 50 por cento do seu regime normal das linhas 200, 205, 300, 301, 305, 400, 402, 500, 501, 508, 600, 602, 603, 701, 702, 801, 901, 902, 903, 905, 907 e 4M e 5M.
O tribunal arbitral também decretou serviços mínimos para a CP -- Comboios de Portugal, a CP Carga e a Refer.
No caso da CP, circularão comboios nos serviços urbanos de Lisboa e do Porto, bem como nas linhas do Sado, do Douro, do Minho, do Norte, de Guimarães.
O tribunal arbitral determinou também a circulação de comboios regionais, de longo curso (internacionais Sud Expresso e Lusitânia) e Intercidades (Lisboa-Porto e Lisboa-Faro).
Quanto ao Metropolitano de Lisboa, a empresa já anunciou que a circulação estará suspensa entre as 23.30 horas de quarta-feira e a 1 hora de sexta-feira devido à greve geral, adiantando que o serviço será normalizado a partir das 6.30 horas de sexta-feira.
A greve geral de quinta-feira será a terceira greve geral em que a CGTP e UGT se juntam, mas apenas a segunda greve conjunta das duas centrais sindicais portuguesas, já que em 1988 a CGTP decidiu avançar e a UGT, autonomamente, também marcou uma greve geral para o mesmo dia.
A greve de quinta-feira foi marcada após o Governo ter anunciado novas medidas de austeridade, nomeadamente a suspensão dos subsídios de férias e de Natal na função pública, assim como o aumento do tempo de trabalho no sector privado.
Hoje, o secretário-geral da UGT, João Proença, considerou inaceitável e contestou o facto de terem sido decretados serviços mínimos em algumas empresas públicas de transportes para a greve geral.
O secretário-geral da CGTP, por sua vez, classificou a greve geral de quinta-feira como "um sacrifício indispensável", antecipando uma grande paralisação e considerou que a imposição de serviços mínimos de 50 por cento na Carris e STCP é "ilegal".