João Rendeiro, ex-presidente do Conselho de Administração do Banco Privado Português, já foi constituído arguido no inquérito ao Caso BPP, tendo sido ouvido pelo Ministério Público.
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Fonte ligada ao processo disse à Agência Lusa que "é verdade" que João Rendeiro "foi ouvido" e que foi constituído "arguido", tendo ficado com Termo de Identidade e Residência (TIR).
A fonte não quis precisar a data exacta em que João Rendeiro foi ouvido pelo MP e constituído arguido.
A investigação ao Caso BPP está a cargo do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa.
João Rendeiro, o maior accionista e fundador do banco BPP, renunciou a 28 Novembro de 2008 ao cargo de presidente do Conselho de Administração do banco, quinze dias depois de a agência de notação financeira Moody's ter revisto em baixa o 'rating' da instituição que, segundo a Moody´s enfrentava dificuldades de liquidez "que se transformaram numa situação de grave desequilíbrio financeiro".
A 19 Dezembro de 2008, Rendeiro demitia-se também do conselho de administração da Privado Holding (PH), sociedade que detém o BPP.
No caso BPP, os investigadores suspeitam dos crimes de branqueamento de capitais, burla qualificada, fraude fiscal e falsificação de documentos.
Rendeiro terá também de explicar, segundo disseram à agência Lusa fontes ligadas ao processo, a razão porque a administração do banco não contabilizou nos activos e passivos do BPP os produtos de retorno absoluto, que a instituição colocou fora do balanço contabilístico.
As aplicações de retorno absoluto - pelo menos três mil, segundo a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) - representam grande parte do passivo do banco.
Centenas de clientes destes produtos exigem a devolução dos valores aplicados do BPP.