O Presidente da República; Cavaco Silva, escusou hoje pronunciar-se sobre a possibilidade dos cortes nos subsídios de férias e de Natal serem permanentes e lembrou que o Governo já tomou "uma posição pública" sobre a matéria.
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Questionado esta noite sobre a hipóteses dos cortes dos 13.º e 14.º meses para a função pública e pensionistas assumirem caráter permanente, Aníbal Cavaco Silva não quis fazer comentários, alegando não querer misturar uma ida ao cinema com a mulher, a título privado, com "a agenda oficial".
"Não é numa vinda ao cinema a título privado que eu vou pronunciar-me sobre uma matéria que, aliás, o próprio Governo tomou uma posição pública", afirmou o Chefe de Estado, em declarações aos jornalistas à entrada da Cinemateca, onde decorre a antestreia do filme "Tabu", do realizador Miguel Gomes.
A propósito da obra de Miguel Gomes, Cavaco Silva recordou que se trata de um filme que foi premiado no Festival de Berlim, sublinhando que a sua presença na antestreia é também uma forma de prestar "uma homenagem simples ao realizador, aos atores e aos técnicos, uma homenagem ao cinema português, que através de diversos realizadores e diversas películas têm obtido um reconhecimento internacional nos últimos tempos".
A Comissão Europeia não descartou hoje a possibilidade de os cortes nos 13.º e 14.º meses para a função pública e pensionistas portugueses assumirem caráter permanente, embora assevere que tal cenário ainda não foi discutido.
"Teremos de ver se [a medida] se tornará permanente ou não. Mas isso agora ainda não foi discutido", assegurou Peter Weiss, da direção-geral de Assuntos Económicos e Monetários da Comissão Europeia e membro da missão de ajuda externa para Portugal.
O responsável falava aos jornalistas em Bruxelas, no final da apresentação do relatório sobre a terceira revisão do programa de assistência financeira a Portugal.
Os cortes nos 13.º e 14.º meses estão previstos durar até 2013, data em que findará o programa de resgate a Portugal.
Ao final da tarde, numa declaração à Lusa, o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, garantiu que os cortes nos subsídios de férias e de Natal "não podem ser permanentes" e que "estarão em vigor durante o período de vigência" da ajuda externa.
"A posição do Governo em relação aos cortes nos subsídios de férias e de Natal não mudou. Estes cortes não podem ser permanentes e estarão em vigor durante o período de vigência do Programa de Apoio Económico-Financeiro", disse o governante numa nota enviada à Lusa.