Christine Ourmières-Widener assumiu ter tido apenas conversas com o secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes, e disse que esperava que este estivesse coordenado com o Ministério das Finanças.
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A presidente da comissão executiva da TAP garantiu esta quarta-feira, 18, no parlamento, desconhecer que tenham existido outras indemnizações pagas aos gestores da empresa, à semelhança do que aconteceu com Alexandra Reis. "Desde que assumi funções, não estou ciente de qualquer compensação paga a qualquer membro do conselho de administração. Mas sei que houve uma paga ao meu antecessor, quando a empresa era privada ainda", esclareceu Christine Ourmières-Widener.
A CEO, que está a ser ouvida esta manhã na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, adiantou ainda que, relativamente ao pagamento dos 500 mil euros à antiga administradora, falou apenas com o então secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes, e garantiu que esperava, na altura, que tivesse havido comunicação entre este e o ministério das Finanças. "O secretário de Estado, Hugo Mendes, estava ciente da proposta. Não estive em contacto com o ministério das Finanças. Presumi, pela forma como colaborámos, que estava a haver uma coordenação entre o secretário de Estado das Infraestruturas e o Ministério das Finanças".
Sobre os motivos que levaram à saída de Alexandra Reis da TAP, em fevereiro do ano passado, Christine Ourmières-Widener, informou que "saiu por razões profissionais, havia um desajuste com plano de reestruturação". "O meu papel é garantir que temos um plano de reestruturação que é bem sucedido. A companhia estava em mau estado, está muito melhor mas há mais a ser feito, precisamos de estar todos a remar para o mesmo lado", apontou, sem esclarecer se a demissão foi iniciativa de Alexandra Reis ou da empresa.
A gestora francesa está esta quarta-feira a prestar esclarecimentos aos deputados, no âmbito de um requerimento potestativo apresentado pelo Chega, a propósito do pagamento da indemnização a Alexandra Reis. Esta é a segunda audição no âmbito do caso de Alexandra Reis, que resulta de um requerimento potestativo. A primeira, apresentado pelo PSD ao ministro das Finanças, Fernando Medina, decorreu a 06 de janeiro.
No início de janeiro, o PS chumbou os requerimentos do PSD, PCP, Bloco de Esquerda e Chega para ouvir na Assembleia da República além de Fernando Medina, o ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, a ex-secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, o presidente do Conselho de Administração da TAP, Manuel Beja, e a presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener.