O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, contestou, esta sexta-feira, o eventual aumento da taxa de IVA em alguns produtos, contrapondo que "é altura" de o Governo "começar a cobrar os rendimentos do capital".
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"Estamos contra qualquer subida do IVA. O que se justifica neste momento é a redução do IVA, nomeadamente aquele que incide sobre a restauração e sobre outros produtos que são fundamentais para o dia a dia das pessoas", defendeu.
O Diário Económico noticiou que o Governo "está a estudar novos aumentos da taxa de IVA de alguns produtos como uma das medidas alternativas ao corte nos subsídios da Função Pública".
Arménio Carlos, que falava à Lusa à margem de uma cerimónia que assinalou o 50.º aniversário da elevação de Vendas Novas a concelho, realizada naquela cidade alentejana, garantiu, por outro lado, que a CGTP também não aceita a subida do IRS.
"Não aceitamos, e tudo faremos para contrariar, qualquer aumento do IRS, seja de 25 por cento, seja de 50 por cento. Não aceitamos nenhum" e "por uma razão muito simples", sublinhou.
Aumentar o IRS, argumentou, tal será "dar cobertura a mais penalizações para aqueles que, até agora, têm sido sempre os mais penalizados", ou seja, "os trabalhadores por conta de outrem e os pensionistas".
"Porque nós declaramos todos os nossos rendimentos, mas ainda há um número significativo de pessoas em Portugal que não declaram todos os seus rendimentos. E, portanto, esses continuam a viver à grande. Nós não aceitamos isso", frisou.
Em terceiro lugar, há "alternativas", acrescentou o secretário-geral da CGTP, aludindo à decisão do Tribunal Constitucional (TC), que considerou inconstitucional a retirada dos subsídios de férias e de Natal aos trabalhadores da administração pública e do setor empresarial do Estado.