Ao segundo dia de greve dos maquinistas da CP, o cenário é de um grande número de comboios suprimidos, com a administração da empresa a assumir que não houve condições para disponibilizar alternativas aos clientes.
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Ana Portela, responsável pela comunicação da CP, avançou à Lusa que, entre a meia-noite e as 6 horas, apenas o serviço das composições internacionais não foi afectado e reconheceu que, com a paralisação de outras categorias profissionais agendada para hoje - a empresa tem 12 pré-avisos de greve -, os serviços mínimos de 20 por cento estabelecidos para os maquinistas poderão não ser concretizados.
Por parte do Sindicato dos Maquinistas (SMAQ), o seu presidente, António Medeiros, referiu que a paralisação de hoje terá um impacto maior do que o sentido na segunda feira, com um grande número de comboios interurbanos, suburbanos e regionais suprimidos.
"Houve adesão à greve de outros sectores" do transporte ferroviário pelo que o nível de circulação dos comboios estimado é de "15 por cento", enquanto que na segunda feira foi de 20%, disse António Medeiros.
A CP especificou que, entre a meia-noite e as 6 horas, se realizaram os dois comboios internacionais previstos. Já na circulação de longo curso não se realizou nenhum dos três comboios previstos e apenas circulou um dos 21 regionais.
Nos comboios urbanos de Lisboa, dos 36 previstos, circulou um comboio, no Porto, dos onze previstos, circularam três e na região de Coimbra não circulou nenhum dos comboios previstos, especificou Ana Portela.
Em comunicado, divulgado esta manhã, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário dá conta de que a "circulação a norte está paralisada, nas linhas de Sintra e Cascais circula apenas um comboio em cada uma delas (...) e na linha do Sado, a maioria da circulação foi suprimida".
De acordo com o texto, a adesão à greve convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário "situa-se na ordem dos 95 por cento no geral, havendo taxas de adesão de 100 % na área da revisão do Porto, Lisboa e Barreiro".
Os maquinistas da CP cumprem hoje o segundo dia de uma greve de três, decretada pelo SMAQ, a que se juntam hoje outros profissionais do sector ferroviário e de outros transportes públicos, numa paralisação de 24 horas, que teve início à meia-noite.