<p>Vinte clientes invadiram a sede do Banco Privado Português na Rua de Gondarém, no Porto.</p>
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Sete clientes entraram, inicialmente, no BPP em conjunto com pessoas que tinham entrevistas marcadas com os seus gestores de conta, barricando-se e abrindo passagem para mais clientes que prontamente se juntaram ao protesto por não poderem aceder às suas contas bancárias, que se encontram congeladas desde Dezembro de 2008. Os vários funcionários e gestores saíram das instalações ficando apenas os seguranças e os clientes.
Durante a tarde, ocorreu uma discussão acesa por parte dos clientes após um telefonema da administração. José António Soares, porta-voz do protesto e membro da Associação de Clientes do BPP, explicou: "A administração já disse por escrito que o dinheiro tem que voltar para as mãos dos clientes, por isso, não é necessária a sua presença, queremos é uma resposta por parte do Governo".
José António Soares sublinhou, várias vezes, a importância que o Governo possui para o desenlace do problema: "O Governo torna-se responsável. Comprometeu-se com Bruxelas a viabilizar o dinheiro do banco em seis meses e ao fim de um ano ainda não há alteração".
A indignação por parte dos lesados era visível e a cliente Maria do Rosário não foi excepção: "Vivi quatro meses sem luz, tornei-me mais lutadora. O Estado, que deveria ser o nosso protector, quase que nos prejudicou".
Cerca das 20 horas, chegou um contingente da Polícia que impediu o regresso de alguns clientes que tinham saído das instalações temporariamente. Este impedimento foi recebido com manifestações de indignação e há relatos de a Polícia ter usado gás-pimenta. Entretanto, chegou uma ambulância para transportar ao hospital um cliente que tinha caído, mas apenas com ferimentos ligeiros.
A administração do banco quer manter fechadas as instalações nos próximos dias.