Comissão de utentes da A25, A24 e A23 pede a Cavaco Silva "chumbo" da cobrança de tarifas
A Comissão de Utentes Contra as Portagens na A25, A24 e A23 apelou, esta terça-feira, ao presidente da República, Cavaco Silva, que vete o diploma que determina a cobrança de tarifas naquelas vias.
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O porta-voz da comissão, Francisco Almeida, lembrou que, nas comemorações do dia 10 de Junho, o presidente da República "fez um discurso muito centrado nas questões do desenvolvimento do interior", apelando à promoção de políticas públicas que ajudem ao seu desenvolvimento.
Em declarações aos jornalistas no centro de Viseu, onde esta tarde esteve montada uma banca de recolha de postais, Francisco Almeida reiterou que a introdução de portagens é "exactamente o contrário" do que Cavaco Silva tinha referido.
A comissão recolheu já mais de 5500 postais contra a introdução de portagens nestas três vias Sem Custo Para o Utilizador (SCUT), que foram esta terça-feira enviados ao primeiro-ministro, Passos Coelho.
No postal, são repetidos os argumentos usados nos últimos anos, nomeadamente que a introdução de portagens nestas três auto-estradas "é profundamente prejudicial e injusta para a economia e as populações dos distritos de Viseu, Guarda, Castelo Branco, Vila Real e Aveiro", nomeadamente devido à falta de estradas alternativas.
Isto porque as estradas nacionais 16, 18, 17 e 2 se encontram "num permanente estado de degradação, nalguns casos já não existem ou são apenas ruas de diversas localidades", pode ler-se no postal.
Francisco Almeida disse aos jornalistas que ainda acredita ser possível reverter esta decisão do Governo.
"Se não acreditasse que esta questão podia andar para trás não estava aqui", garantiu, lembrando que "em 2004 fez-se pela primeira vez a ameaça da introdução de portagens, com o Governo de Pedro Santana Lopes, e até hoje, final de 2011, ainda ninguém pagou portagens" nestas três SCUT.
Mesmo que o Governo decida activar os pórticos para cobrança de portagens, "a luta não termina aí", assegurou.
A Comissão de Utentes Contra as Portagens na A25, A24 e A23 prevê avançar com novas acções de luta em finais de Novembro ou início de Dezembro, esperando uma elevada adesão, à semelhança do que aconteceu na marcha lenta do passado dia 28 de Outubro, onde participaram "mais de 120 veículos de mercadorias e mais de 300 ligeiros".