O comissário europeu responsável pela regulação dos mercados financeiros disse, este sábado, estar "surpreendido" com o momento escolhido pela Standard & Poor's para descer a notação de vários países, quando a zona euro está a endurecer as regras orçamentais.
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"Quanto todos os governos e instituições europeias estão mobilizados para reforçar o controlo das contas públicas da União Europeia, fico surpreendido com o momento escolhido pela agência Standard & Poor's e com a sua avaliação que não tem em conta os progressos actuais", indicou Michel Barnier.
A França perdeu, na sexta-feira, a sua notação de endividamento AAA da S&P, que também desceu a avaliação de mais oito países da zona euro, embora tenha mantido a da Alemanha, reacendendo a crise da dívida, depois de um período de acalmia.
"Além desta notação, que constitui apenas um aviso entre outros, o que me parece mais importante é a avaliação económica objectiva que fazemos da situação actual", garantiu o comissário francês, que realiza uma visita à Ásia.
O responsável mencionou o facto de, "por todo o lado, em cada país, esforços sem precedentes [serem realizados] para controlar as despesas públicas, regras comuns [serem instituídas] garantindo para o futuro uma união económica e orçamental que deve seguir com a união monetária", além do compromisso do Banco Central Europeu para sustentar a estabilidade financeira da zona euro, referiu.
Em meados de Dezembro, os países europeus introduziram um pacto de estabilidade mais restrito para impedir a derrapagem dos défices públicos e da dívida com sanções mais automáticas que no passado.
Um esforço suplementar neste sentido está a decorrer com conclusão esperada para final de Janeiro de um tratado orçamental entre os países da zona euro e outros da União Europeia que desejam juntar-se ao grupo.
Na sexta-feira, também o comissário europeu responsável pelas questões económicas e monetárias, Olli Rehn, defendeu serem incoerentes as decisões da agência de notação norte-americana.