Corte dos 65 balcões da CGD em 2018 coincidiu nalguns concelhos com o desaparecimento de estações dos CTT.
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Há pelo menos 12 concelhos onde desapareceram, em 2018, as tradicionais estações dos CTT - independentemente de existirem postos (em papelarias ou outro comércio) - e também alguns balcões da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Os Correios, apesar de terem sido privatizados em 2014, prestam um serviço público relevante e há mesmo 33 concelhos onde não existe qualquer estação, resultado dos 70 encerramentos ocorridos em 2018. O banco público fechou 65 balcões.
A distribuição geográfica dos concelhos onde houve a eliminação de lojas dos dois serviços (banco e Correios) é mais ou menos equilibrada: Vila Real, Santa Maria da Feira, Estarreja, Aveiro, Alabergaria-a-Velha são os cinco casos mais a norte; Coimbra e Leiria são os casos na Região Centro e, por último, Lisboa, Almada, Seixal, Benavente e Loures são os pontos de coincidência detetados mais a sul.
Questionada pelo JN, a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) confirmou o que o seu presidente, João Cadete de Matos, já afirmara em janeiro: há 33 concelhos sem qualquer estação e este número poderá chegar aos 48 se os CTT não inverterem a sua política de fechos. A novidade fornecida agora pela Anacom consiste na identificação exata dos 33 concelhos em causa. Cerca de metade dos casos identificados pelo regulador estão nos distritos de Portalegre, Évora e Beja (ver mapa). Os Correios reagiram, em janeiro, dizendo que "estão presentes em todos os concelhos do país", onde "mantêm pelo menos um Ponto CTT (loja ou posto).
Dos 65 encerramentos revelados pelo relatório e contas da CGD relativo a 2018, há pelo menos 35 casos identificados pelos autarcas afetados pelos encerramentos de balcões. A Caixa mantém a recusa em divulgar a lista completa dos fechos, embora tenha dado ao Parlamento, em março de 2017, uma lista de 61 agências que estariam na calha para encerrar.
Modelo esgotado?
"O que nós vemos é que os balcões continuarão a ser importantes na relação bancária, agora têm é cada vez menos importância", afirmou, recentemente, Paulo Macedo, presidente da CGD, sublinhando a importância da "banca multicanais, mais digital". Fonte oficial do banco público realçou igualmente o crescimento do online. A CGD lidera na banca digital, com mais do dobro dos utilizadores do segundo banco. A Caixa tem 1,58 milhões de clientes digitais que realizam mais de 100 milhões de operações mensais.