A economia global vai abrandar mais do que o previsto, sobretudo devido à crise financeira na Europa, prevê o Fundo Monetário Internacional.
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Numa actualização do seu "Outlook" (publicação com previsões económicas), divulgada esta terça-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) mundial vá aumentar 3,3% este ano e 3,9% no próximo. Um desempenho positivo, mas abaixo do registado em 2011 (3,8%) ou em 2010 (5,2%).
A desaceleração é mais pronunciada nas economias avançadas, que em média vão crescer 1,2% este ano e 1,9% no próximo. No entanto, as economias emergentes também vão abrandar - depois de uma taxa de 6,2 % em 2011, deverão crescer 5,4% este ano e 5,9% no próximo.
Os dois países mais populosos do mundo, China e Índia, continuarão a crescer a taxas muito elevadas, mas a um ritmo mais moderado. Para a China, o FMI prevê taxas de 8,2% (este ano) e 8,8% (2013); para a Índia, o Fundo aponta taxas de 7% (este ano) e 7,3% (2013).
A tendência de desaceleração é comum a quase todas as regiões do mundo, com uma única excepção - África. A região do Médio Oriente e Norte de África, nas previsões do FMI, irá crescer 3,2% este ano, enquanto o PIB da África subsariana irá aumentar 5,5%, em ambos os casos taxas superiores às que se registaram em 2011.
Entre as razões para revisão em baixa das previsões do Fundo destaca-se a continuação da crise financeira na zona euro, que "está a interagir com fragilidades financeiras em outras regiões".
A continuação da crise, e os seus impactos sobre o sistema bancário da zona euro, estão entre os riscos que podem levar a uma deterioração ainda maior deste cenário.
Outros riscos citados pelo FMI incluem "progressos insuficientes" na capacidade do Japão e dos Estados Unidos para melhorarem as suas situações orçamentais no médio prazo.
O Fundo menciona ainda receios associados à possibilidade de um "choque petrolífero relacionado com o Irão".