Os países da zona euro com mais "folga orçamental" devem "reconsiderar" as políticas de austeridade e promover políticas de crescimento, defende o Fundo Monetário Internacional em documentos divulgados esta terça-feira.
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"Tendo em conta o grande ajustamento já em curso este ano, os governos devem evitar (...) mais políticas de austeridade", lê-se numa atualização do "Fiscal Monitor" (publicação sobre políticas orçamentais) do Fundo.
Noutro documento (uma atualização ao "Outlook") publicado também hoje, o Fundo Monetário Internacional (FMI) argumenta que "o desafio mais imediato" que se põe à economia global é "restaurar a confiança e acabar com a crise na zona euro através da promoção do crescimento" económico.
Alguns países - "particularmente os Estados Unidos e o Japão" - ainda devem "clarificar" as suas estratégias de redução da dívida a médio prazo, argumenta o FMI. No entanto, na zona euro, "uma consolidação [orçamental] demasiado rápida em 2012 pode exacerbar" os riscos de recessão económica.
"A política fiscal em muitos países já é mais restritiva relativamente ao ciclo [económico] do que havia sido projetado" em documentos anteriores do Fundo, porque alguns governos europeus responderam à escassez de financiamento através da introdução de novas medidas de contenção do défice.
O FMI repete conselhos aos países da zona euro com "folga orçamental" (como é o caso da Alemanha ou da Holanda) para "reconsiderar" o ritmo da consolidação fiscal de curto prazo. No entanto, o Fundo nota que a consolidação a médio prazo "continua a ser uma prioridade".
Nesse sentido, o acordo resultante da cimeira europeia de dezembro entre a maior parte dos países da União, que prevê uma meta de 0,5% para os défices estruturais, é "um passo positivo".