A Grécia enfrenta uma enorme pressão por parte da França e da Alemanha para resolver a crise da dívida do país. Se não aceitar o plano europeu para a saída da crise corre o risco de sair da zona euro. Cinco especialistas da área financeira deram a opinião sobre o caso.
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O site da CNN pediu a cinco especialistas para darem uma opinião e uma antevisão do que pode acontecer com o país caso não cumpra o plano europeu.
Heather Conley, investigador sénior e director do Programa Europeu do Centro de Estudos e Estratégias Internacionais, considera que caso o primeiro-ministro, George Papandreou, renuncie ao cargo, o Governo grego vai "entrar em estado interino até que as eleições antecipadas possam ser realizadas".
O editor da revista "The Economist" com especialização na Western Europe, Kevin Dunning, afirma que a dívida da Grécia é muito maior do que a sua pequena economia. Segundo o editor, os problemas financeiros da Grécia são um "sinal" para os investidores e as pessoas que mantêm dinheiro nos bancos em países como Espanha, Portugal e Itália.
"Se começam a comparar a situação da Grécia com a do próprio país, pode começar a haver movimentações perigosas dos investidores e assim só se causam mais danos à economia europeia", concluiu Dunning.
Um terceiro especialista, Stergios Skaperdas, professor de economia da Universidade da Califórnia-Irvine, escreveu recentemente os sete mitos da crise da dívida grega. O primeiro mito, escreve ele, é que o não cumprimento do país será catastrófico para a Grécia.
"A questão não está tanto no não cumprimento da Grécia, mas sim no tamanho do incumprimento, com o consentimento da grande maioria dos obrigacionistas ou uma unilateral que envolva a minoria deles", concluiu Skaperdas.
Antonis Papayiannidis, o editor da revista "Economia Grega" disse à CNN que "as finanças gregas e a auto-estima do povo estão sob uma pressão aguda".
"Se há lugar para o referendo ou para eleições antecipadas... nós gregos temos de pensar duas ou três vezes antes de dizer "não", o que significaria sair da zona euro", alertou Antonis.
Antonis Papayiannidis conclui que a alternativa não passa por voltar ao dracma. Isso seria "um pesadelo".
Graham Bishop é um analista independente dos assuntos financeiros da União Europeia e indica algumas medidas a tomar no caso de incumprimento da Grécia.
"A decisão implícita da Grécia do não cumprimento dos empréstimos da UE deve levar a sanções automáticas como o fim dos envios adicionais de fundos estruturais, os subsídios agrícolas, os empréstimos do EIB", afirmou Bishop.