A Comissão Europeia estima uma "deterioração" do défice orçamental português de 2,6 % do PIB, em 2008, para para os 8,7 % em 2011.
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Nas Previsões do Outono divulgadas hoje em Bruxelas, o executivo comunitário explica que o panorama das finanças públicas portuguesas é "afectado significativamente" pela queda na actividade económica que estima diminuir 2,9 por cento do PIB em 2009, aumentar 0,3 em 2010 e 1,0 em 2011.
As previsões para a evolução do desequilíbrio das contas portuguesas são mais pessimistas do que as da Primavera (04 de Maio) quando Bruxelas estimou em menos 6,5 por cento do PIB o défice em 2009 e menos 6,7 o de 2010.
Bruxelas sublinha que a sua estimativa para 2011, menos 8,7 é feita para um cenário de políticas económicas inalteradas.
"A derrapagem orçamental em 2009 reflecte a gravidade da queda económica", considera a Comissão Europeia.
As economias da Zona Euro e da União Europeia vão registar este ano recuos na ordem dos 4 por cento, mas conhecerão já um ligeiro crescimento (0,7) em 2010, segundo as previsões económicas do Outono.
As projecções de Bruxelas para o crescimento das economias europeias são aqui mais optimistas do que aquelas divulgadas na Primavera - que previam apenas para 2011 o regresso ao crescimento -, levando o executivo comunitário a comentar que "a economia da UE está no caminho da retoma gradual" e a sair da recessão.
Nas Previsões da Primavera, divulgadas a 04 de Maio, a Comissão Europeia estimava que as economias da zona euro e da União Europeia a 27 iriam registar este ano uma contracção de 4 por cento, e em 2011 apresentariam ainda um crescimento negativo de 0,1 por cento.
Nas Previsões de Outono hoje divulgadas, Bruxelas mantém basicamente as previsões para o recuo do PIB este ano (-4,1 por cento na União Europeia a 27 e -4 por cento na Zona Euro), mas estima que em 2010 já se assista a um crescimento de 0,7 por cento, tanto na conjunto da União como no espaço monetário único, que será de 1,5 e 1,6 por cento, respectivamente, em 2011.
Sustentando que a retoma prevista a médio prazo se deve a uma evolução positiva das condições financeiras e da conjuntura externa, bem como às medidas orçamentais e monetárias levadas a cabo, Bruxelas adverte todavia que outros factores deverão continuar a travar a força da retoma, perspectivando que as condições do mercado de trabalho permaneçam fracas, com a taxa de desemprego a ultrapassar os 10 por cento em 2010.