A taxa de desemprego situou-se em 6,5% em 2023, 0,4 pontos percentuais acima do ano anterior e a segunda taxa anual mais baixa desde 2011, a seguir à de 2022 (6,1%).
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De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), no ano passado, a média anual da população desempregada foi de 346,6 mil pessoas, tendo aumentado 8,6% (27,5 mil) em relação ao ano anterior e "interrompendo a série, iniciada em 2014 e só pontualmente quebrada em 2020, de taxas de variação anual negativas".
Já a taxa de desemprego de jovens (16 a 24 anos) situou-se em 20,3% em 2023, mais 1,2 pontos percentuais do que no ano anterior, enquanto a proporção de desempregados de longa duração (há 12 ou mais meses) foi estimada em 37,7%, 7,4 pontos percentuais abaixo de 2022.
Do total de desempregados de longa duração, 62,6% encontravam-se nesta situação há 24 ou mais meses.
Já a taxa de inatividade foi de 39,9%, menos 1,1 pontos percentuais em relação a 2022 e a taxa mais baixa desde 2011.
O instituto estatístico detalha que, para a variação anual da população desempregada no ano passado contribuíram, principalmente, os acréscimos nos segmentos populacionais dos homens (16,8 mil; 11,4%); pessoas dos 16 aos 24 anos (12,4 mil; 18,8%); com ensino secundário ou pós-secundário (15,5 mil; 13,7%); à procura de novo emprego (22,8 mil; 8,4%); e desempregadas há menos de 12 meses (40,8 mil; 23,3%).
No ano de 2023, a população inativa total foi estimada em 4.986,8 mil pessoas e diminuiu 1,6% (80,3 mil) em relação ao ano anterior, correspondendo à média anual mais baixa desde 2011.
"Evolução semelhante teve a população inativa com 16 ou mais anos, que correspondeu a 3.530,6 mil pessoas, diminuiu 2,2% (77,7 mil) em relação a 2022 e correspondeu também à média anual mais baixa desde 2011", nota o INE.
No ano de 2023, a média da população empregada foi de 4.978,5 mil pessoas e aumentou 2,0% (97,1 mil) em relação ao ano anterior, tornando-se no valor mais elevado desde 2011.
Para a variação anual da população empregada contribuíram principalmente os acréscimos do emprego nos segmentos populacionais das mulheres (53,1 mil; 2,2%); pessoas dos 55 aos 64 anos (35,4 mil; 3,8%); com ensino superior (46,4 mil; 2,9%); empregados no setor dos serviços (75,6 mil; 2,2%), sobretudo no conjunto das atividades de "alojamento, restauração e similares" (36,2 mil; 12,4%), que representou 47,9% da variação do setor; trabalhadores por conta de outrem (109,2 mil; 2,6%), com contrato sem termo (56,9 mil; 1,6%); e empregados a tempo completo (69,6 mil; 1,5%).
No ano passado, a taxa de emprego situou-se em 57,0% e aumentou 0,9 pontos percentuais em relação a 2022.
No que se refere à média anual de subutilização do trabalho, abrangeu 640,5 mil pessoas em 2023, mais 3,3% (20,3 mil) do que em 2022, tendo a taxa de subutilização do trabalho sido de 11,7%, superior em 0,1 pontos percentuais à do ano anterior.
A população desempregada (346,6 mil) representou mais de metade (54,1%) da subutilização do trabalho, enquanto o peso do subemprego de trabalhadores a tempo parcial (149,6 mil) aumentou 0,9 pontos percentuais para 23,4%.
Os dados do INE apontam ainda que o grupo dos inativos disponíveis, mas que não procuram emprego, manteve-se como a terceira componente com mais peso na subutilização do trabalho (17,6%), abrangendo 112,8 mil pessoas.
Já os inativos à procura de emprego, mas não disponíveis para trabalhar (31,4 mil) corresponderam a apenas 4,9% da subutilização do trabalho.