O desemprego em Portugal está a um nível acima do inicialmente previsto, deverá subir nos próximos meses e continuar elevado "durante algum tempo", considera o Fundo Monetário Internacional.
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No relatório da terceira atualização do memorando de entendimento entre Portugal e a 'troika', divulgado esta quinta-feira, o Fundo nota que a taxa de desemprego "já é mais alta que o previsto no programa", e "deverá subir mais nos próximos meses".
Para 2012, o Fundo prevê uma taxa de desemprego de 14,4 por cento. O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta uma redução gradual do desemprego nos anos seguintes, continuando mesmo assim nos dois dígitos (11,1%) em 2017.
"O desemprego é um indicador retardado e, infelizmente, é realista pressupor que continuará alto durante algum tempo", diz o chefe de missão do FMI em Portugal, Abebe Selassie, numa nota anexa ao relatório.
"Isto não significa que tenhamos de ser fatalistas. Os trabalhadores mais jovens e os mais velhos sentem mais dificuldades em encontrar emprego e algumas das políticas laborais vigentes ou em análise poderão ser muito úteis", acrescenta o técnico etíope.
O FMI aprovou a terceira tranche da sua parte do empréstimo da 'troika' a Portugal, no valor de 5.170 milhões de euros.
O Fundo está globalmente satisfeito com a aplicação do programa, mas considera que o Governo tem de continuar a alargar a agenda de transformação estrutural e deve encontrar novas formas de estimular a económica a curto prazo, depois de ter posto de lado a possibilidade de um na taxa social única.
O FMI abre também a possibilidade de relaxar as metas orçamentais caso os riscos para o crescimento se materializem, mas apenas para acomodar os custos de uma recessão mais profunda.