Centenas de empresários chineses visitaram o stand de "Pu Tao Ya" (Portugal) na "Intertextile Xangai 2012", o maior certame mundial de têxteis e vestuário, evidenciando a capacidade de atração do design português na área dos tecidos.
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"Até quarta-feira (véspera do encerramento da feira) tivemos 135 clientes. O balanço é bastante positivo", disse hoje à agência Lusa o diretor comercial da Teviz, Paulo Loureiro.
A Teviz, que se estreou este ano na "Intertextile Xangai", foi uma das seis empresas portuguesas presentes no certame, ao lado da Arco Têxteis, Lemar, Riopele, Somelos e Troficolor.
Todas aquelas empresas já exportam para a China e têm um agente chinês. Algumas adotaram até um nome chinês, como a "Si Mei Lun" (Somelos), cujos carateres evocam a beleza e o luxo.
"O nosso desejo é manter ou aumentar a participação portuguesa", afirmou Rute Madureira, da Seletiva Moda, o organismo da Associação Portuguesa de Têxteis e Vestuário responsável por promover o país nas feiras internacionais.
A "Intertextile Xangai 2012", que termina hoje, reuniu durante quatro dias um "número recorde" de empresas - 3.400 -, de 30 países.
Com um stand onde predominava o vermelho, a cor mais apreciada na China, e o nome escrito em chinês ("Pu Tao Ya"), Portugal ocupou um lugar de destaque no certame, logo à entrada de um dos pavilhões, ao lado da Alemanha.
"Este ano não passamos despercebidos. Isto alavanca a imagem de Portugal como um país com qualidade e design", disse Joana do Bem, representante da Somelos em Hong Kong, que em 2011 foi a única representante portuguesa na Intertextile Xangai.
Ana Vaz, da Riopele, é perentória: "Para os têxteis portugueses, o pior já passou".
Embora a China seja o maior produtor mundial de têxteis, os empresários portugueses acreditam que, na área do design, os tecidos feitos em Portugal têm vantagens únicas.
"O que os chineses procuram é qualidade e design. Os chineses estão sedentos de coisas novas e de coisas boas", diz Paulo Loureiro, da Teviz.
O lema de Joana do Bem fala por si: "Qualidade, Design e Inovação".
A "Intertextile Xangai 2012" ocorreu num bom momento das exportações portuguesas para a China.
Pelas contas da Administração-Geral das Alfândegas Chinesas, as vendas de Portugal para a China cresceram 52,8% nos primeiros oito meses de 2012, ultrapassando os mil milhões de dólares (778 milhões de euros), um valor que em 2011 só foi atingido no final do ano.
No caso dos têxteis, as exportações - sobretudo tecidos de lã e fibras sintéticas ou artificiais - quase triplicaram nos últimos quatro anos, somando 4,448 milhões de euros em 2011.