O ritmo de crescimento e o valor das deduções e benefícios fiscais colocou-os na lista dos itens onde é possível cortar despesa. A promessa de os limitar já vem da versão inicial do PC (de Março) e concretiza-se no próximo Orçamento. Ao longo dos últimos anos, se exceptuarmos o fim das Contas-Poupança Habitação e dos Planos Poupança Acções e o interregno de um ano dos PPR, a tendência tem sido acima de tudo para criar, recuperar ou alargar o âmbito de aplicação das deduções e benefícios. Ou seja, o inverso do que agora se vai fazer.
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Desde 2006 que o mundo dos benefícios e deduções teve várias mexidas. Regressaram os PPR (sem a modalidade de PPR/E), reactivaram-se as deduções com despesas de computadores (apenas uma vez), criaram-se os Certificados de Reforma, separaram-se as despesas com equipamentos de energias renováveis dos juros da habitação e introduziu-se o benefício às casas com certificação de eficiência energética e para a compra de carros eléctricos.
Desde 2006 que o mundo dos benefícios e deduções teve várias mexidas. Regressaram os PPR (sem a modalidade de PPR/E), reactivaram-se as deduções com despesas de computadores (apenas uma vez), criaram-se os Certificados de Reforma, separaram-se as despesas com equipamentos de energias renováveis dos juros da habitação e introduziu-se o benefício às casas com certificação de eficiência energética e para a compra de carros eléctricos.
Todos somados, os benefícios e deduções (saúde e educação incluídos) atingiram 1,89 mil milhões de euros em 2008 e é a esta factura que o Governo pretende agora subtrair cerca de 450 milhões de euros, através da fixação de um montante global para o conjunto das deduções e dos benefícios. A limitação será tanto maior quanto mais alto for o rendimento mas deixará de fora os 1º e 2º escalões.
Sem criticar a necessidade de se reequacionar o sistema de benefícios e deduções, o fiscalista Gonçalo Leite Campos questiona contudo o "timming" da medida porque acredita que está a ser tomada por necessidade de cortar despesa e não tanto por imperativos de justiça fiscal.
Além de mudanças nas deduções com saúde, o Governo deverá também mexer nos actuais moldes das despesas com juros da casa. Se o fizer, Gonçalo L. Campos defende que nesta situação se criem regras que permitam retirar esta dedução a quem tem capacidade para liquidar o empréstimo à habitação de uma vez só.