A possível dissolução da sociedade entre Telefónica e PT na Brasilcel, holding que controla a Vivo, poderá colocar o futuro da operadora brasileira em risco, noticia hoje, segunda-feira, a imprensa local.
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A dissolução da sociedade na Câmara de Arbitragem da Holanda, país sede da Brasilcel, pode ser o caminho escolhido pela Telefónica, depois do grupo espanhol ter encerrado a negociação para compra da participação da PT na Vivo.
"Mas essa medida não é simples. Seja qual for o futuro, destruir valor da Vivo não seria bom para nenhum dos envolvidos", refere o diário Valor Económico, para quem a "grande questão que se coloca é o futuro da Vivo".
A avaliação de especialistas ouvidos pelo diário é que as negociações "continuem privadamente, pois o negócio é importante para os dois sócios".
Com a aquisição do controlo da Vivo, a Telefónica poderá integrar as suas operações no Brasil, onde já detém a Telesp, empresa de telefonia fixa que actua apenas no Estado de São Paulo.
A possível união entre Telefónica e Vivo criará a maior empresa de telecomunicações da América Latina, ultrapassando em facturação e número de clientes a brasileira Oi.
A união possibilitará igualmente ao grupo espanhol passar a oferecer multi-serviços aos seus utilizadores, como telefonia móvel, fixa, TV a cabo e Internet em alta velocidade.
A Telesp passará a ter presença em 3.600 cidades de todos os Estados brasileiros, por meio da rede da Vivo, num alcance semelhante ao da Oi, actualmente a maior operadora do país, com 62 milhões de utilizadores.
Um dos entraves da negociação, segundo o diário, é que a PT quer manter a parceria com a Telefónica e participar no grupo de controlo da empresa que seria criada com a fusão da Vivo com a Telesp.
"Segundo fontes envolvidas no processo, a Telefónica não concorda", escreveu o diário, ao sublinhar que a retirada da proposta serviu para Telefónica colocar "mais pressão sobre os portugueses".
O diário sublinhou ainda que o atual valor da PT na Bolsa de Lisboa é semelhante à oferta da Telefónica pelos 30 por cento do grupo português na Vivo, ou cerca de 7,2 mil milhões de euros.
"E a expectativa é que (a PT) passe a valer ainda menos depois que as negociações pelo controlo da empresa brasileira não chegaram a bom termo", sublinhou.