O Banco Central Europeu (BCE) anunciou, esta quinta-feira, que deixou as taxas de juro inalteradas, o que acontece pela terceira vez desde outubro de 2023.
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"O consenso em torno da mesa do Conselho de governadores foi que era prematuro discutir cortes", afirmou Christine Lagarde, em conferência de imprensa, após a reunião de política monetária.
A taxa de depósitos permanece em 4%, o nível mais alto registado desde o lançamento da moeda única em 1999, enquanto a principal taxa de juro de refinanciamento fica em 4,5% e a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez permanece em 4,75%.
Christine Lagarde sublinhou que existiu também consenso sobre continuar a tomar decisões com "base em dados", ao invés de seguir "determinado calendário", já que nesse caso funcionariam em "função das datas".
"Reafirmamos a dependência dos dados", vincou, recusando-se a fazer quaisquer indicações sobre um hipotético corte nas taxas no verão.
"Precisamos de estar mais adiantados no processo de desinflação antes de podermos ter a certeza de que a meta de inflação pode ser alcançada no momento certo e de forma sustentável", assegurou, embora tenha sublinhado que o processo "está a funcionar".
Esta é a terceira reunião consecutiva em que o BCE decide manter as taxas de juro diretoras, depois de as subir dez vezes desde meados de 2022.
O BCE salienta que "a informação que tem vindo a ser disponibilizada confirmou amplamente a anterior avaliação das perspetivas de inflação a médio prazo".
"Excetuando um efeito de base em sentido ascendente na inflação global relacionado com os produtos energéticos, a tendência descendente da inflação subjacente prosseguiu e os anteriores aumentos das taxas de juro continuam a ser transmitidos de forma vigorosa às condições de financiamento", considera.
A instituição liderada por Christine Lagarde assinala que "as condições de financiamento restritivas estão a refrear a procura, o que está a ajudar a reduzir a inflação".
O BCE reafirma que irá continuar a seguir uma abordagem dependente dos dados na determinação do nível e da duração adequados da restritividade.
"Mais especificamente, as decisões do Conselho do BCE sobre as taxas de juro basear-se-ão na sua avaliação das perspetivas de inflação, à luz dos dados económicos e financeiros que forem sendo disponibilizados, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária", detalha.
O Conselho do BCE assegura que as taxas diretoras serão fixadas em níveis suficientemente restritivos durante o tempo que for necessário.
O BCE dá ainda nota de que a carteira do programa de compra de ativos (APP, na sigla em inglês) está "a diminuir a um ritmo comedido e previsível".
Durante o primeiro semestre de 2024, o BCE pretende continuar a reinvestir, na totalidade, os pagamentos de capital dos títulos vincendos adquiridos ao abrigo do PEPP e no segundo semestre do ano, tenciona reduzir a carteira do PEPP, em média, em 7,5 mil milhões de euros por mês.