O dono do grupo Synergy, German Efromovich, admitiu, esta quinta-feira, a possibilidade de voltar a concorrer à TAP, apesar de estar "desapontado e surpreso" com a decisão do Governo de rejeitar a sua proposta de compra da companhia aérea.
Corpo do artigo
"Nunca fecho a porta", afirmou à Lusa o empresário, fazendo depender uma proposta para a TAP das condições do processo e as condições nessa altura da companhia aérea.
Em declarações à Lusa, German Efromovich defendeu que "o Governo está a perder uma oportunidade única", acrescentando que se o Executivo lhe ligar esta sexta-feira e disser que o Conselho de Ministros vai reavaliar a decisão e lhe apresentar as novas condições as irá cumprir.
"Estou muito desapontado, muito surpreso e sem entender até agora", afirmou à Lusa German Efromovich, considerando que a Synergy cumpriu todos os requisitos previstos no caderno de encargos até porque "não se pode emitir uma carta de crédito para uma aprovação que não feita".
O empresário defendeu que "o momento de verificar as garantias [bancárias] era no fecho da operação que devia decorrer a 27 de dezembro", e não na altura da decisão, conforme foi adiantado hoje pelo Governo.
"Hoje era o dia em que o Governo ia dizer se aceitava ou não a nossa oferta e, daqui por uma semana era o fecho, altura em que íamos pagar aquilo a que nos propusemos a pagar", declarou, realçando que "a Synergy tem todos os elementos que se comprometeu a entregar prontos".
Segundo o empresário, "a Synergy Aerospace cumpriu com tudo o que foi negociado", explicando que "não se pode emitir uma carta de crédito para uma aprovação que não feita".
A secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, afirmou hoje que a proposta do grupo Synergy para a compra da TAP foi rejeitada, porque não deu "as garantias adequadas".
"Não foram cumpridos os requisitos previstos no caderno de encargos", explicou a governante, ressalvando que a proposta de German Efromovich era "positiva, coerente e alinhada com a estratégia do Governo".
Em conferência da imprensa, Maria Luís Albuquerque explicou que em cima da mesa estava um encaixe líquido para o Estado de 35 milhões de euros e a recapitalização da empresa superior a 300 milhões, em duas fases, a que acrescia a assunção de um passivo na ordem dos 1,5 mil milhões de euros.
Maria Luís Albuquerque adiantou que agora o Governo vai ponderar "uma estratégia para a venda da TAP, tendo em conta os compromissos internacionais", assumidos com a 'troika'.
Entretanto, o Governo vai implementar um plano de estabilização na tesouraria da TAP para assegurar a sustentabilidade da companhia aérea, anunciou o secretário de Estado dos Transportes, alertando para a necessidade do esforço de todos os colaboradores.