Empresários espanhóis pedem a Portugal que reconsidere "barbaridade" das portagens no Algarve
O presidente da associação comercial de Ayamonte (Espanha), Emilio Borrego, pediu este domingo que o Governo português reconsidere a "grande barbaridade" que foi colocar portagens na Via do Infante (A22), no Algarve, por danos provocados no comércio dos dois países.
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Em declarações à agência EFE, Emilio Borrego referiu que "os portugueses ainda saem mais prejudicados do que os espanhóis" e lamentou que, "após anos a lutar por melhores comunicações entre os países", as portagens não tragam qualquer benefício para os cidadãos das cidades fronteiriças.
Emilio Borrego, que preside também à direcção do Centro Comercial Aberto, explicou que esta taxa só serve para "causar danos ao comércio português e espanhol" e que muitos utilizadores se confrontam com "máquinas que não funcionam".
O empresário espanhol disse ainda que, desde que foram introduzidas as portagens na Via do Infante, a 8 de Dezembro, "perderam-se clientes numa proporção nunca antes vista".
Por seu lado, o secretário-geral da Federação dos Transportadores Espanhóis (Fenadismer), Juan Antonio Millán, pediu à União Europeia e ao Governo espanhol para garantir que o tema das portagens nas ex SCUT (autoestradas sem custos para o utilizador) seja tratado com carácter de urgência, classificando o assunto como "uma questão de conflito fronteiriço".
António Millán disse ter saído muito satisfeito da reunião realizada no sábado com os transportadores espanhóis e portugueses em Faro, ficando "demonstrada a união do sector em ambos os lados da fronteira sobre esta questão".
Um representante da Comissão de Utentes da Via Infante de Sagres disse à Lusa, após a reunião, que serão organizadas três marchas lentas nos meses de Fevereiro, Março e Abril nas estradas da região, em protesto contra o pagamento das portagens.