O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, visita domingo os Estaleiros Navais de Viana do Castelo, empresa que assinou um contrato para a construção de dois navios asfalteiros, no valor de 128 milhões de euros, para aquele país sul-americano.
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Fonte oficial da administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) adiantou à Agência Lusa que Hugo Chavez, acompanhado pelo primeiro-ministro português, José Sócrates, inteirar-se-á do projecto daqueles navios e visitará também o navio "Atlântida", que poderá igualmente ser vendido à Venezuela, num negócio que, a concretizar-se, rondará os 35 milhões de euros.
O "Atlântida" foi encomendado pelo Governo dos Açores, está pronto e deveria significar um encaixe de 46,4 milhões de euros para os ENVC, mas em Abril de 2009 o cliente anunciou que desistia do contrato, por o navio apenas atingir 16,5 nós de velocidade, quando deveria atingir pelo menos 18.
O navio, considerado de luxo, está desde então atracado na doca dos ENVC, à espera de um eventual comprador.
Uma delegação da empresa estatal Petróleos da Venezuela esteve no início deste mês nos ENVC para uma "reunião exploratória" de negociações que poderão terminar na venda do navio "Atlântida" àquele país.
Esta visita foi efectuada ao abrigo da Ata de Compromisso assinada a 29 de Maio 2010, entre a Petróleos de Venezuela e os ENVC, no decorrer de uma deslocação de José Sócrates a Caracas.
Na ocasião, Chávez admitiu que o "Atlântida", com capacidade para transportar 750 passageiros e 150 viaturas, "pode ser de muita utilidade" nas ligações entre o Porto de La Guaira e a Ilha Marguerita.
Também este mês, os ENVC assinaram a entrada em vigor de um contrato, superior a 128 milhões de euros, para a construção de dois navios asfalteiros para a empresa venezuelana PDVSA Naval, filial da Petróleos da Venezuela SA.
Com 27 mil toneladas cada um, o primeiro asfalteiro será entregue dentro de 36 meses e o segundo nove meses depois. O contrato garante 1,2 milhões de horas de trabalho aos ENVC.
O presidente do Conselho de Administração da empresa, Veiga Anjos, lembrou que este contrato resulta de um "namoro" que durou cerca de uma década.