As exportações portuguesas de bens aumentaram 6,2% e as importações diminuíram 5,3% no primeiro trimestre deste ano face ao mesmo período de 2020, divulgou o Instituto Nacional de Estatística (INE).
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Estes resultados reveem em alta as taxas de variação homóloga das exportações e importações do primeiro trimestre (em +0,2 pontos percentuais e +0,4 pontos percentuais, respetivamente) avançadas em 28 de abril na estimativa rápida trimestral do INE, refletindo a inclusão de nova informação.
Os dados divulgados esta segunda-feira evidenciam uma recuperação das exportações e importações face os -4,9% e -11,0%, pela mesma ordem, do trimestre terminado em fevereiro de 2021.
Comparando com o primeiro trimestre de 2019, as exportações aumentaram 3,0% e as importações diminuíram 8,4%.
Considerando apenas o mês de março de 2021, as exportações e as importações de bens registaram variações homólogas nominais de +28,8% e +12,2%, respetivamente (+2,6% e -10,4%, pela mesma ordem, em fevereiro de 2021), "refletindo parcialmente a comparação com um mês já afetado pela pandemia".
De acordo com as Estatísticas do Comércio Internacional do INE, destacam-se os acréscimos nas exportações de 'material de transporte' (+61,0%) e de 'fornecimentos industriais' (+18,3%, principalmente para Espanha), enquanto nas importações salientam-se os aumentos de 'fornecimentos industriais' (+15,1%, sobretudo provenientes de Espanha) e de 'máquinas e outros bens de capital' (+27,3%).
"Note-se, porém, que estas variações homólogas em março incidem sobre o primeiro mês de 2020 em que o impacto da pandemia covid-19 já foi sentido significativamente", refere o instituto, precisando que, "tomando março de 2019 como referência, as exportações aumentaram 12,2% e as importações atingiram praticamente o nível então observado, crescendo 0,1%".
"No entanto aquele mês teve menos três dias úteis que março de 2021", acrescenta.
Excluindo os 'combustíveis e lubrificantes', em março de 2021 as exportações aumentaram 27,9% e as importações 15,0% em termos homólogos (+2,1% e -9,8%, respetivamente, em fevereiro de 2021). Face a março de 2019, os acréscimos foram de 11,0% nas exportações e 1,6% nas importações.
Em março, o défice da balança comercial de bens registou uma "diminuição [homóloga] expressiva", passando de 1.556 para 1.002 milhões de euros. Em março de 2019 o défice da balança comercial era ainda maior, tendo então atingido 1.624 milhões de euros.
Excluindo 'combustíveis e lubrificantes', o saldo da balança comercial foi negativo em 734 milhões de euros, correspondente a uma diminuição do défice de 385 milhões de euros face a março de 2020 (face a março de 2019, o défice diminuiu 443 milhões de euros).
De acordo com o INE, em março, tendo em conta os principais países de destino em 2020, são de salientar as subidas das exportações para Espanha (+31,6%) e para França (+41,4%).
Nas importações dos principais parceiros, destacam-se o aumento de Espanha (+17,4%), principalmente de 'fornecimentos industriais'.
Relativamente ao mês anterior, em março de 2021 as exportações e as importações aumentaram 16,1% e 18,4%, respetivamente (+8,0% e +4,2%, pela mesma ordem, em fevereiro de 2021).