A venda de equipamentos de cobrança eletrónica pela Via Verde cresceu 80% em 2011, ultrapassando os três milhões de clientes, o que a Brisa justifica com a introdução de portagens nas antigas SCUT.
Corpo do artigo
Os números constam do relatório da atividade de 2011 da Brisa, detentora de 60% do capital da Via Verde, entregue esta semana à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
"O ano de 2011 foi um período de crescimento significativo para a Via Verde, que ultrapassou os três milhões de clientes", aponta o documento, que reconhece vendas totais de 36 milhões de euros.
"O processo de cobrança de portagens nas ex-SCUT proporcionou à Via Verde Portugal não apenas um incremento do número de clientes, mas também um aumento exponencial da procura de identificadores", que se traduziu num crescimento "de 17 por cento no número de clientes e de 80% nas vendas de equipamentos", acrescenta o relatório.
Estes dispositivos eletrónicos permitem o pagamento eletrónico em 18 Concessões e Subconcessões de autoestradas nacionais, incluindo as antigas SCUT.
Em 2009, a Via Verde contava com 2,3 milhões de clientes e em 2006 menos 300 mil. Só em 2010 a Via Verde ganhou mais 300 mil clientes e no ano seguinte mais 400 mil, totalizando cerca de 700 mil novos utilizadores, em dois anos, já com o efeito da introdução de portagens nas antigas SCUT, em outubro de 2010.
Em 2011, o volume de transações com Via Verde atingiu os 236,3 milhões de euros, contra os 194,1 milhões de euros do ano anterior. "O número de transações processadas em autoestradas cresceu cerca de 22% relativamente a 2010, atingindo um novo recorde", lê-se ainda no relatório da Brisa.
O sistema Via Verde permite pagamentos em mais de 2100 quilómetros de autoestradas e pontes, 90 parques de estacionamento e 100 postos de abastecimento em todo o país.
Além da venda dos equipamentos de cobrança eletrónica, a introdução de portagens nas antigas SCUT, reconhece agora a Brisa, resultou numa "redução da procura destas concessões", que até 2010 não tinham custos para os utilizadores.
Acrescenta a empresa que "parte da procura" foi "repartida entre as vias existentes na sua envolvente", nomeadamente na A1 (Norte), A3 (Porto/Valença) e A4 (Porto/Amarante), com um "efeito positivo de cerca de 4,2%" no tráfego.
"Foram as autoestradas da concessão Brisa que registaram um maior efeito positivo, ao terem captado parte do tráfego que deixou de circular nas concessões Costa da Prata, Norte Litoral e Grande Porto", reconhece a empresa.