Em cinco anos, o Banco de Portugal fez 181 comunicações à PGR de ilícitos criminais de entidades sem licença para operar. Famílias sobreendividadas são presas fáceis.
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As financeiras ilegais continuam a crescer e as famílias sobreendividadas, a quem a Banca já fechou a porta, são presas fáceis para as burlas que proliferam nas redes sociais e na internet. Acabam por perder dinheiro na esperança de ter um financiamento que, muitas vezes, não chega. Os alertas do Banco de Portugal e da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) multiplicaram-se nos últimos cinco anos e foram denunciados, pelo menos, 181 casos de atividade financeira ilícita à Procuradoria-Geral da República desde 2019. Depois do “boom” de 2020 e 2021, as denúncias ao Ministério Público voltaram a aumentar no ano passado.
As propostas de financiamento fácil, anunciadas nas redes sociais por intermediários financeiros não autorizados, atraem, sobretudo, quem já mal consegue manter-se à tona, desesperado com o avolumar de despesas e sem dinheiro para saldá-las. Há, também, famílias que se deixam iludir com a promessa de celeridade e recorrem a estes facilitadores, empresas e pessoas singulares, na expetativa de ter um crédito mais barato com juros mais baixos ou ter ganhos extraordinários em investimentos na net.