Portugal é o segundo país que mais pode contribuir para perturbar a zona euro, tendo o risco mais do que duplicado desde a última análise do FMI.
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De acordo com o "Relatório sobre a Estabilidade Financeira Mundial" do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgado hoje, terça-feira, a Grécia é o país que mais pode contribuir para perturbações na zona euro, com 21,4%, vindo logo a seguir Portugal, com uma contribuição de 18%.
No último relatório do FMI, a contribuição de Portugal em caso de perturbações na zona euro era de apenas 7,7%, menos 10,3% do que é apontado actualmente.
A análise mais recente diz respeito ao período entre Outubro de 2009 e Fevereiro de 2010, apontando ainda mais dois países no topo das preocupações: Espanha (12,7%.) e Itália (11%).
Há um ano, na análise do período entre Outubro de 2008 e Março de 2009, era a Áustria (16,7%) e a Irlanda (12,3%) que mais riscos apresentavam para a zona euro.
Para o FMI, a primeira fase (Julho 2007 a Setembro de 2008) foi a construção da crise, que relevou problemas em França e Alemanha; a segunda (Outubro de 2008 a Março de 2009) foi o alastramento sistémico das dificuldades no sistema financeiro que afectou em especial Áustria, Bélgica, Irlanda e Holanda e outros; a terceira (Abril de 2009 a Outubro de 2009) constitui as respostas com medidas de política por parte dos vários governos.
A mais recente fase da crise, a quarta como identifica o FMI, constitui a mudança das preocupações dos mercados dos problemas com o sistema financeiro para as debilidades das contas públicas dos países, que têm afectado em maior escala Grécia e Portugal.
A organização sublinha que os 'spreads' das dívidas nos países com maiores dificuldades em termos de finanças públicas têm aumentado substancialmente nos últimos meses.