O Fundo Monetário Internacional pediu "vigilância apertada" aos supervisores, diferentes autoridades e à própria banca, para evitar "mais surpresas negativas e proteger os contribuintes", depois da queda do Banif e do BES.
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"Os eventos recentes demonstram a necessidade de continuar a criar esforços para promover a rentabilidade dos bancos, a qualidade dos seus ativos e a sua governança", afirma o FMI no relatório após a conclusão da terceira missão de monitorização pós-programa de ajuda externa, divulgado esta sexta-feira.
Para "evitar mais surpresas negativas e proteger os contribuintes no futuro", a instituição liderada por Christine Lagarde considera que os problemas da banca exigem uma "vigilância apertada" dos supervisores, autoridades e dos próprios bancos, que devem "fortalecer os seus balanços".
Para o Fundo, os reguladores e os acionistas dos bancos devem esforçar-se para "melhorar a governança da banca, identificando e dirigindo-se aos problemas desde cedo".
"O processo de seleção e indicação dos membros dos conselhos de administração deve ser revisto para garantir que, além de cumprir certos requerimentos, os nomeados são incentivados a fazer operações mais rentáveis e a um maior ritmo", afirma o FMI.
A entidade defende também que "almofadas financeiras adequadas e mais transparência nas operações financeiras são essenciais para manter a confiança", considerando que a "coordenação entre supervisores, autoridades e banca vai permanecer central para garantir que os problemas da banca são tratados de forma expedita".
Na resposta ao FMI, que consta também do relatório, o Governo admite que "existe um consenso crescente quanto aos problemas principais que ameaçam o sistema financeiro", nomeadamente no que diz respeito à qualidade dos ativos, rentabilidade, níveis de capital e governança.
Nesse sentido, o executivo adianta que está a ponderar medidas para incentivar os bancos a terem menos crédito vencido, incluindo um aumento das provisões e imparidades.